domingo, 22 de novembro de 2009

As Cidades Invisíveis


Sinopse: Neste fabuloso trabalho, a narração fica por conta do famoso viajante veneziano Marco Polo, e o ouvinte é Kublai Khan, o velho e imperador dos tártaros. À medida que Marco Polo começa a descrever as cidades que supostamente visitou - com nomes de mulheres sedutoras, Diomira, Isidora, Dorotéia, Zaíra e tantas outras -, elas parecem joias, tais como manuscritos medievais. Gradativamente, as histórias circundam elementos do mundo moderno, e suas imagens começam a ganhar cor, conforme os olhos do viajante se movem no tempo e no espaço. No fim, o imperador é levado a acreditar em cidades que ainda não existem, mas que existirão no futuro.

Passado, presente (e talvez futuro) se misturam nas descrições de diversas cidades que o viajante veneziano , Marco Polo, faz em detalhes para o imperador dos tártaros Kublai Khan. ele os descobre, invade e investiga através de um homem, que passa um longo tempo fora e depois retorna, cheio de histórias. 

O homem que cavalga longamente por terrenos selváticos sente o desejo de uma cidade.

Cada cidade encontra-se em uma categoria, pode ser memória, desejo, símbolo, delgada, troca, olhos, nome, mortos, céu, oculta ou contínua. E desta forma, o livro é dividido, mostrando em cada parte suas semelhanças e diferenças. 

Aquela manhã em Dorotéia senti que não havia bem que não pudesse esperar da vida.

Embora a sensação de dejavu venha entre cidades de categorias diferentes. O que parece descrições de ruas, acaba virando as diversas facetas do ser humano, deixando o leitor sem saber se as cidades são os espelhos de sua população ou se a população é um reflexo dos caminhos, muros e divisas de onde moram. Levando a crer que, no final das contas, as cidades nada mais são do que críticas as pessoas que estão por perto ou a própria humanidade.

Retornou de países igualmente distantes e tudo o que tem a dizer são os pensamentos que ocorrem a quem toma a brisa noturna na porta de casa.

Utilizando-se de pessoas reais para escrever a sua ficção, em capítulos curtos, quando utiliza a narrativa em primeira pessoa, é como se estivéssemos junto com o imperador tártaro escutando as histórias e viajando junto com Marco Polo em suas descrições.

Deste modo a cidade repete uma vida idêntica deslocando-se para cima e para baixo em seu tabuleiro vazio.

Quando muda para terceira pessoa, acompanhamos os diálogos entre os dois, onde em um primeiro momento Kublai Khan questiona a falta de dados de valor, como minas e preços vantajosos, enquanto Marco Polo segue firme em sua argumentação movida a sentimentos.

Você, que explora em profundidade e é capaz de interpretar os símbolos, saberia me dizer em que direção a qual desses futuros nos levam os ventos propícios?

O grande feito do escritor Ítalo Calvino nesse livro é permitir que o leitor tire a sua própria conclusão. É possível criar teorias, ou apenas relacionar as cidades descritas com aquelas que vemos no cotidiano. Sendo-se livre para ver, refletir ou desacreditar nesta mistura de fantástico e indefinível.

As Cidades Invisíveis
Le città invisibili
Italo Calvino
Tradução: Diogo Mainardi
RBS Publicações
1972 - 158 páginas

8 comentários:

  1. Tenho curiosidade sobre este livro! Pretendo ler...

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  2. Faz tempo que tenho vontade de ler este livro, vou colocar na fila de leituras =)

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  3. Eu também tenho vontade de ler este livro. Talvez na próxima ida na livraria, eu adquira-o.

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  4. Olha que bacana, já quero ler com certeza! adorei

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  5. Gosto muito de histórias que tem essa mistura de passado, presente, futuro, confesso que fiquei bastante curiosa pelo livro, bjs.

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  6. Oie, tudo bem? Que proposta mais incrível! Não conhecia o livro mas amei a construção desenvolvida pelo autor. Essa questão de misturar presente, passado e futuro além de falar sobre viagens, de lugares que talvez existam ou não. É possível refletir bastante. Um abraço, Érika =^.^=

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  7. Adorei a resenha, a sinopse me deixou curiosa, me parece um bom livro... Interessante!!
    Beijos!!
    https://bel-somostaojovens.blogspot.com/

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  8. Opa, esse parece o tipo de livro que gosto. O tipo que terei que ler e reler para ter certeza de que tudo foi entendido. Bjos

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