terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Nosso Muro de Berlim



Tino, Henrique e Luisinho resolvem fazer uma aposta na hora do recreio: quem consegue ficar mais tempo plantando bananeira. Os colegas fazem uma roda para ver, e na vez de Tino, ele identifica um estranho par de pernas femininas.

As pernas pertenciam a Elisa, uma aluna do mesmo colégio, mas que fica do outro lado da jabuticabeira. Ela havia ultrapassado os limites durante uma brincadeira de esconder. Ao revelar o novo mundo aos colegas de classe, todos resolveram experimentar, mas a turma que de Tino não aceitou muito bem e uma guerra estava formada, colocando em risco a existência das árvores no colégio.

Neste livro infanto-juvenil, Lino de Albergaria fala sobre as diferenças e o novo para os pequenos. Mostrando, em uma história rápida e bonitinha, que desde cedo precisamos estar abertos a conhecer novas pessoas e limites. Onde o convívio entre diferentes turmas é possível, basta não se bitolar no próprio mundinho.

Um livro bacana para as crianças lerem e os pais compartilharem.

Nosso Muro de Berlim
Lino de Albergaria
Desenhos: Paulo Bernardo
Editora FTD
Coleção Terceiras Histórias
1989 - 39 páginas

domingo, 10 de fevereiro de 2013

79 Park Avenue



Antes de iniciar a leitura, já é possível saber que Maryann Flood comanda uma rede de prostituição e por isso é ré de um caso onde o promotor é Mike Keys, um homem com quem já manteve um relacionamento amoroso.

Mas só ao folhear as páginas iremos nos deparar com os jovens Marja e Mike. Ela, desde nova é sedutora, mesmo na adolescência, é impossível aos homens de todas as idades não a olharem e pensarem logo em sexo. E Marja sabe usar isso, de maneira vulgar e barata. Só que esse conjunto cobra um preço alto da personagem que é estuprada pelo padrasto e acaba indo para o reformatório ao se vingar.

Já Mike é um rapaz esforçado, que trabalha desde jovem, mas comete o erro de se apaixonar por Marja. Algo que só irá lhe trazer sofrimento e encrenca conforme suas vidas vão se cruzando, não permitindo que ele esqueça o amor pela bela loira, e os poucos momentos que compartilham, servem para marca-lo como uma tatuagem.

Enquanto Marja utiliza o seu corpo para a prostituição e mais tarde para se tornar chefe de uma das redes de negócios dos gangsters de Nova York, Mike envereda para a justiça, buscando o seu lugar na promotoria.

Ao misturar violência, sexo e amor, Harold Robbins cria uma história fascinante do submundo da prostituição. Utilizando duas narrativas, primeira pessoa para Mike e terceira para Marja, consegue passar ao leitor o aspecto encantador de Mike e a aparência fria de Marja, dando aproximação e distanciamento conforme os personagens, cuja caminhada sempre busca valores opostos e a única coisa em comum é o amor que sentem um pelo outro.

Uma história envolvente e rápida de ler. Com algumas cenas mais fortes, não é um livro para se torcer por um final feliz, e sim para acompanhar, como ocorre na vida real, a mudança de rumo a cada ação ou escolha dos personagens envolvidos.

79 Park Avenue
Harold Robbins
Tradução: Nelson Rodrigues
Editora Record
1983 – 307 páginas

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Remédio Amargo



Em 1957 o Dr. Andrew Jordan não vê melhoras em uma paciente e joga toda a sua frustação em uma jovem representante farmacêutica. Ao contrário de se intimidar, Celia de Grey vai me busca de um remédio que o auxilie. O que resultou em um verdadeiro milagre e em um casamento.

Celia de Grey é uma mulher inteligente e ambiciosa, e através da sua personagem o autor Arthur Hailey passa por diversos cargos e situações da indústria farmacêutica no período de 1957 a 1985, ao mesmo tempo em que mostra a luta da mulher para assumir cargos antes considerados masculinos.

De representante até presidente, Celia irá se deparar com remédios milagrosos, liberações questionáveis, processos, efeitos colaterais, lucro e sucesso. Todos itens comuns nos bastidores de uma das áreas que lidam com a vida e a morte, a tranquilidade e a dor.

Seu marido mostra um pouco do relacionamento dos médicos com essas drogas de fácil acesso, onde não raro um doutor acaba se tornando viciado em algum tipo de droga, visto que as mesmas são distribuídas de forma indiscriminada. É dele também o lado sensível de apoiar uma mulher que está em constante busca pelo crescimento profissional e quando chega ao posto máximo enfrenta diversas dificuldades.

Para os que criam novas fórmulas, o grande inimigo é a AAA, responsável pela aprovação dos medicamentos que vão para o mercado. Odiada pelos pesquisadores dos laboratórios, os diálogos com os seus representantes são frios e diretos. Assim como a busca de burlar ou forçar o sistema.

Um dos dramas da história é o medicamento Montayne, um medicamento francês cujo presidente do laboratório de Celia adquire os direitos. Seu uso é destinado a combater o enjoo de gestantes, sendo uma promessa de muito lucro. Quando o medicamento é aprovado na França, Celia não se sente confortável, lembrando-se do medicamento da chamada geração talidomida, que gerou nas décadas de 50 e 60 milhares de bebês com defeitos congênitos. Mas ela cede ao entusiasmo e com a aprovação, mas ao ler notícias ao redor do mundo e tentar alertar, vê o seu aviso recusado, sendo obrigada a ter parte em algo com efeitos devastadores para famílias e para o laboratório que trabalha.

Uma história envolvente, que fica na memória do leitor mesmo depois de fechar a última página. Mesmo sendo muito atual, só é encontrado em sebos, fazendo valer uma pequena pesquisa.

Remédio Amargo (Strong Medicine)
Arthur Hailey
Tradução A.B. Pinheiro Lemos
Editora Record
1984 – 486 páginas