Sinopse: Um dos maiores escritores de todos os tempos cunhou o famoso sobrenome ainda jovem, quando se candidatava a apresentador em um programa de calouros. Nos meados de 1930, os EUA atravessavam uma crise devastadora. Sidney, que observava o tempo passar atrás de um balcão de uma drogaria, sentia na pele os efeitos daquela atmosfera melancólica e depressiva. Sua família era obrigada a se mudar frequentemente, em busca de oportunidades de emprego. Para ele só havia uma saída. O suicídio. Uísque com soníferos. As memórias de um dos maiores escritores de todos os tempos. Detalhes até hoje inéditos, em um livro revelador e sincero.
Sidney Sheldon é um dos autores mais traduzidos no mundo. Conhecido por títulos como “A ira dos anjos” e “Se houver amanhã”, teve como última publicação um livro de memórias com o sugestivo nome de
O Outro Lado de Mim, uma clara referência ao seu primeiro romance de sucesso “O outro lado da meia-noite”.
O outro lado de mim começa com um Sidney de dezessete anos planejando o seu suicídio. Diagnosticado como portador da psicose maníaco-depressivo, passou a vida inteira oscilando entre euforia e tristeza. Somado aos sucessos e desastres de seus textos, o próprio autor comparou sua vida a um elevador.
Infelizmente, para por ai.
Está superestimando o meu pequeno talento e vai se decepcionar. Não sou bom o bastante para trabalhar com ele.
Seu livro de memórias é superficial ao relatar os seus sentimentos, parecendo mais um resumo do dia-a-dia dos estúdios de Hollywood e das peças da Broadway, apimentados com comentários sobre a vida pessoal de alguns famosos (como Marilyn Monroe e Frank Sinatra).
Sheldon compara suas duas carreiras, afirmando que um romancista é mais valorizado que um roteirista. Pois todos sabem os atores de um filme/seriado/novela, mas dificilmente lembrarão de quem o escreveu.
Ia desistir de três espetáculos que contavam comigo, e partiria para muito longe, para enfrentar a morte.
Ler O outro lado de mim é ler as críticas recebidas por cada roteiro escrito por Sheldon, saber qual ator participou, quem estava começando, quem já era uma estrela, quem comandava o mundo do cinema, como se comportavam. Enfim, parte da memória do próprio cinema americano.
Com base nisso, pode-se dizer que o livro de Sheldon nada mais é, que um tributo aos roteiristas, que esperam o telefone tocar, ganham dinheiro quando um roteiro faz sucesso e a carta de demissão quando a crítica é negativa. Mostrar quem nunca é visto por alguém que ainda será lembrado por muito tempo.
No que se refere à literatura, ficam as últimas páginas e o prazer que ela lhe proporcionou. Como o próprio Sidney Sheldon definiu O romancista é o elenco, o produtor e o diretor. O romancista é livre para criar mundos inteiros, para voltar no tempo, para dar a seus personagens exércitos, criados, mansões. O único limite é a imaginação.
De bônus, como não poderia faltar, fotos de momentos marcantes de sua história, misturando filmes, séries e momentos pessoais, assim como as memórias relatadas.
O outro lado de mim
The other side of me
Sidney Sheldon
Tradução: Ana Luiza Dantas Borges
Editora Record
2005 - 376 páginas