Sinopse: O filho ensolarado de Zeus, Apolo, só quer se dedicar à lira e à poesia, mas a diversão vai ter que esperar. Estranhos acontecimentos desafiarão o deus do sol fazendo com que os dias se tornem tristes e apagados.
Apolo faz parte da coleção Diários Perdidos dos Jovens Deuses, encontrados durante uma escavação arqueológica realizada próxima a cidade grega de Arácova.
Durante o período da guerra contra os Titãs, também chamada de Titanomaquia, os jovens deuses Apolo, Atena, Hermes, Ártemis, Hefaistos, Ares e Afrodite são enviados por Zeus para estudar na escola Museion, dirigida pelas nove musas no Monte Parnaso.
Eles haviam descoberto diários perdidos dos jovens deuses da Gré cia Clássica.
Em uma mistura de conflitos tipicamente adolescentes e mitologia grega, o jovem Apólo se depara com as primeiras grandes escolhas e a dificuldade de lidar com as suas consequências.
A escrita de Rosana Rios e Antônio Schimeneck
A coleção Diários Perdidos dos Jovens Deuses busca apresentar com uma linguagem atualizada os deuses do olimpo em uma visão jovem, que mistura dramas familiares, amizades, paixões, rivalidades e o amadurecimento de cada um.
No caso de Apolo, uma das divindades mais conhecidas da mitologia grega, é buscado associar junto com os seus dramas adolescentes as características que o fizeram deus da luz e do sol, da música e da poesia e da profecia.
Os raios solares me aquecem, me dão forças, alimentam minha mente com frases alegres e versos amorosos.
Suas relações familiares com os pais Zeus e Leto e sua irmã gêmea Ártemis também são exploradas, sendo uma espécie de pequena introdução aos adolescentes nestas relações um tanto complexas.
O que faz com que a coleção seja adotada em algumas escolas para os alunos do ensino fundamental e também seja utilizado em atividades de leitura que envolvam o público infantojuvenil.
O que eu achei de Apolo
Este livro caiu em minhas mãos justamente por ter se tornado uma leitura obrigatória para a minha filha, e como ela ficou com uma péssima impressão do Apolo, eu resolvi ler também.
Com capítulos que levam o nome das estações do ano e narrativa em primeira pessoa, a escrita é realmente voltada para o público jovem, me fazendo recordar o tempo que eu lia os livros da Coleção Vagalume. Tem aventura, emoção, conflitos, tudo resolvido de forma rápida, para não afastar o leitor.
A maioria me saúda com respeito. Alguns ficam com medo. Gosto de ser recebido assim... Sou o deus da Música e o melhor arqueiro da terra!
Mas acabei em concordar que algumas posturas do jovem deus são realmente problemáticas, o que poderia abrir discussões riquíssimas em sala de aula, ao invés de apenas uma prova.
Começo pela perseguição de Apolo a ninfa Dafne, enquanto ele se imagina namorando ela, a guria vive fugindo dele, por mais que a irmã, a deusa Ártemis, peça para ele se manter afastado. A forma como Dafne termina, sem nenhuma consequência para Apolo pode servir de paralelo ao assédio sofrido pelas mulheres nos dias atuais.
Tinha a sensação de que os ventos riam de mim; era como se as más notícias tivessem atraído mais frio para o Parnaso.
Outro ponto é a morte de Hyacintus, o humano que em uma brincadeira com o deus grego perde a vida. E mais uma vez não vemos uma consequência, além da breve culpa, de Apolo. Nos dias atuais seria muito fácil fazer um paralelo entre as pessoas mais simples e os poderosos. Onde muitas vezes em situações críticas, como já dizia uma música, uns são mais iguais que os outros.
Então acredito que sim, para ter uma ideia dos mitos gregos e até para explorar o comportamento dos mesmos em um paralelo com os dias atuais, pelo menos o livro do Apolo pode render boas conversas sobre não apenas a mitologia, mas também pelo aspecto comportamental.
Apolo - Diários perdidos dos jovens deuses
Autores: Rosana Rios e Antônio Schimeneck
Editora ama livros
2024 - 104 páginas