Os capitães são crianças quando veem um carrossel ou lembram de suas mães ao receberem o carinho de Dora, uma menina-moça cheia de maturidade e coragem, que é levada junto ao bando empurrada pela morte. Sem-perna é criança quando se depara com uma mãe de coração despedaçado, que o abraça, o veste e o ama como o menino que só ela enxerga. Pedro é criança quando escuta as histórias sobre o seu pai e a sua imaginação voa por não saber exatamente pelo que ele lutava.
Os capitães são adultos quando roubam, estupram e trapaceiam. Quando quase todo o grupo ignora as lágrimas de uma menina. Quando se arriscam para salvar uma imagem de um dos seus orixás. Quando atacam outros grupos. Quando listam suas regras e aplicam os seus castigos. João Grande é adulto quando defende Dora, colocando os seus princípios acima do grupo. Professor é adulto quando a dor de um amor morto o faz partir e usufruir o seu maior dom.
Jorge Amado é mestre ao levar o leitor às ruas da Bahia, vivendo junto aos meninos de rua, tornando-os íntimos, mas nem sempre amigos. Os cheiros, as dores, o ódio estão latentes nas páginas, e por isso é difícil muitas vezes lembrar que os Capitães da Areia são meninos e não homens. A reação de quem ler vai depender da própria experiência de vida. É possível sentir pena, é possível se sentir indiferente, é possível se aborrecer e pensar no por que a polícia não prende (nem na literatura) esses delinquentes.
É possível chorar. Imaginar o medo de quem os vê. Também é possível analisar como uma história de 1937 pode ser tão atual.
Este foi o primeiro livro que li de Jorge Amado, e fiquei positivamente impressionada com a sua escrita, pelo menos com essa história, que é apaixonante e real. Agora entendo a razão de sua fama e por que tantas de suas obras se tornam novelas, séries e filmes, pois ele é rico em detalhes e enlaces. Um autor que nenhum brasileiro pode deixar de ler, mesmo que seja apenas um livro.
Os capitães são adultos quando roubam, estupram e trapaceiam. Quando quase todo o grupo ignora as lágrimas de uma menina. Quando se arriscam para salvar uma imagem de um dos seus orixás. Quando atacam outros grupos. Quando listam suas regras e aplicam os seus castigos. João Grande é adulto quando defende Dora, colocando os seus princípios acima do grupo. Professor é adulto quando a dor de um amor morto o faz partir e usufruir o seu maior dom.
Jorge Amado é mestre ao levar o leitor às ruas da Bahia, vivendo junto aos meninos de rua, tornando-os íntimos, mas nem sempre amigos. Os cheiros, as dores, o ódio estão latentes nas páginas, e por isso é difícil muitas vezes lembrar que os Capitães da Areia são meninos e não homens. A reação de quem ler vai depender da própria experiência de vida. É possível sentir pena, é possível se sentir indiferente, é possível se aborrecer e pensar no por que a polícia não prende (nem na literatura) esses delinquentes.
É possível chorar. Imaginar o medo de quem os vê. Também é possível analisar como uma história de 1937 pode ser tão atual.
Este foi o primeiro livro que li de Jorge Amado, e fiquei positivamente impressionada com a sua escrita, pelo menos com essa história, que é apaixonante e real. Agora entendo a razão de sua fama e por que tantas de suas obras se tornam novelas, séries e filmes, pois ele é rico em detalhes e enlaces. Um autor que nenhum brasileiro pode deixar de ler, mesmo que seja apenas um livro.
*Capitães da Areia - Jorge Amado - Editora Record - 1937 - 231 páginas
** Versões atuais sairam pela Companhia das Letras
Adorei a leitura! Fluída e cheia de emoções tão reais e atuais que dão até medo!
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