sexta-feira, 28 de setembro de 2012

As Mulheres do Embaixador


Na primeira página a autora já avisa “As mulheres do embaixador podem estar em Londres, Paris, Berlim, Washington ou Moscou. Mas, quando menos espera, você as encontra num castelo da Cornualha – o reino de Arthur e de sua infiel Guinevere, o reino onde o rei Mark enviara Tristão em busca de sua noiva Isolda para ser traído por ambos”.

Geraldine e Ginny são as mulheres que irão nos conduzir por uma jornada familiar, onde tudo começa em novembro de 1930, em que as duas, grávidas, se encontram em um parque e ali nasce uma amizade com um verdadeiro laço de irmãs.

A segunda guerra irá confina-las junto com os seus filhos em um castelo, e assim encontrarem Livy, a pequena filha da empregada, que por obra do destino, acaba se juntando a família.

A figura masculina de grande força é Andrew McClintock, patriarca de um grande império e sogro de Ginny. Mas conforme o novelo vai se desenrolando, notamos que a manivela da história é Harry, o diplomata onipresente que interfere no destino de quase todos os personagens, menos da sonhadora Chris, a jovem menina rica que se perde em Hollywood.

Passando pela segunda guerra mundial, a coroação da rainha da Inglaterra e a espionagem entre americanos e soviéticos, estão histórias de amor, conquista, traição e superação.

Catherine Gaskin faz o leitor acompanhar nascimentos e mortes, milagres e tragédias. A força de cada escolha que pode nos emocionar ou nos entristecer junto com os que ficam. Compartilhar segredos que os personagens do livro nunca irão descobrir.

Com uma narrativa fluida, é impossível não se apaixonar por essa história ou sentir saudade quando se chega a última página. A promessa feita na contracapa não é uma mentira, depois de ler essa história, é impossível esquecer.
 
As Mulheres do Embaixador
Catherine Gaskin
Tradução Aulyde Soares Rodrigues
Editora Record
1985 - 535 páginas

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Cinquenta Tons de Cinza

Ao contrário do que li em alguns lugares, 50 tons só tem em comum com Crepúsculo a narrativa em primeira pessoa da personagem. Se a história de amor entre o vampiro e a humana resgata valores já esquecidos, misturado com lendas urbanas, e releitura dos hábitos de um dos mais charmosos seres das trevas, em 50 tons temos sexo com pincelada de personagens com problemas psicológicos.

Anastácia Steele se acha feia e com opinião, mas sempre cede aos outros, mesmo contra a vontade. Christian Grey é um milionário, que teve a sorte de ser adotado por uma família amorosa e de posses, mas que quase se tornou errante até encontrar quem o dominasse na adolescência e o tornar um obcecado por controle.

Hoje, ele é um dominador, com direito a contrato de o que deverá ser realizado ou não, de obrigações, direitos e deveres. E quando Anastásia vai entrevista-lo, substituindo uma amiga doente, ao ouvi-la dizer ‘sim, senhor’, resolve persegui-la, pois acredita que ela é uma legitima submissa.

É claro que os dois se apaixonam, mas para dar uma quebra entre as cenas eróticas, pequenas discussões precisam surgir, sejam pessoalmente ou via e-mail, para servirem de gancho para os demais livros. De um lado, Anastácia tenta se convencer de que gosta de apanhar e quem sabe em breve estará cantando Hanky Panky, de outro, aos poucos, o passado do milionário bonitão vai se revelando e ele acaba dando mais a ela do que a todas as outras submissas que passaram pelo seu quarto da dor.

Não tenho uma opinião específica sobre o livro, se o início é chato e os diálogos adolescentes (embora os personagens estejam na segunda fase dos vinte), as cenas de sexo são quentes e sensuais, e sim, se o livro faz sucesso, me parece que a razão são elas. Talvez a discussão seja o quanto se cede por amor, ou o que uma baixa auto-estima pode causar, ou talvez seja simplesmente um pornô feminino que atingiu o estrelato.

A verdade é que a leitura pode ser 8, 40 ou 80. Pode-se desistir da leitura. Pode-se ter boas idéias e parar no primeiro livro. Ou quem sabe se envolver nesta pseudo-história de amor e devorar toda a trilogia. Como dizia aquela velha senhora comendo um velho queijo: é uma questão de gosto.

Cinqueta tons de cinza
E L James

Tradução: Adalgisa Campos da Silva

Editora Intrínseca
2012 – 480 páginas