Sinopse: Sob o solstício de verão, humanos, espíritos da natureza e criaturas fantásticas performam seu espetáculo. Diante de um casamento arranjado por seu pai e pelos deuses, Hérmia decide fugir à noite com o seu amado Lisandro, para a tristeza do seu prometido, Demétrio. Ele, por sua vez, é desejado pela confidente de Hérmia, Helena. Nos bosques mágicos, o quarteto se reconfigura, transformando essa trágica história de amor em uma comédia caótica.
Eu li este livro de William Shakespeare em uma versão juvenil quando estava ainda no colégio e havia me encantado com a leitura. Então foi com prazer que recebi o exemplar que foi mimo do mês de julho da TAG junto com outros dois clássicos.
O livro exige imaginação dos seus leitores, pois é uma peça descrita. Ele não possui partes, possui atos. E ele não possui capítulos, possui atos. Ele é 99% diálogo, havendo apenas exceção para as entradas e saídas de cena.
Acorde o atrevido e ágil espírito do júbilo, expulse a melancolia daqui para os funerais.
A história – ou a peça – é iniciada com uma conversa sobre as núpcias de Teseu, o duque de Atenas, e Hipólita, a rainha das amazonas. Tudo está ocorrendo bem até Egeu e sua filha Hérmia entrarem em cena.
É neste momento que inicia um dialogo onde Teseu cobra da jovem obediência ao seu pai, lhe deixando duas alternativas: ou casa-se com o escolhido Demétrio ou vira freira. Não adianta a jovem dizer que o seu amado Lisandro tem as mesmas qualidades do seu pretendente, pois lhe é exigido que ela assumisse a visão de seu pai.
Mas, então, se amantes fiéis sempre foram traídos, isso é uma lei do destino.
No desespero, ela e Lisandro decidem fugir, iniciando sua fuga por uma floresta. Helena, sua confidente, tentando ganhar o amor de Demétrio lhe conta tudo, e ambos também vão para a floresta. Aqui assistimos Helena ser destratada inúmeras vezes por Demétrio, o que pode agoniar o leitor mais sensível, já que ela permanece seguindo-o mesmo após as humilhações.
O que ninguém sabe é que Oberon e Titânia, rei e rainha das fadas e dos duendes, estão em pé de guerra em plena floresta. E Bute, um duende endiabrado que atende as ordens de Oberon irá fazer a maior confusão em uma quente noite de verão.
Não é você que, às vezes, não deixa a cerveja fermentar, e desorienta os viajantes noturnos e ri de sua desgraça?
O ritmo de leitura de um Sonho de uma noite de verão irá depender da adaptação à linguagem, que em relação aos dias atuais parece um tanto rebuscada, como no momento em que Egeu se dirige a Teseu dizendo “Cheio de vergonha venho eu, com queixas contra minha prole, minha filha Hérmia.”.
Mas também é uma história divertida, já que Shakespeare exagera na dramaticidade de seus personagens a ponto de se tornarem cômicas, e conforme Bute vai aprontando, mais surreal se torna a noite de cada um dos envolvidos.
O que tu vires quando acordares, toma por teu verdadeiro amor.
A leitura vale a pena por ser um clássico, por ser divertido e por nos fazer exercitar a imaginação. Eu, por exemplo, me imaginei sentada em um teatro aberto, onde parte do cenário era o próprio local.
Sonho de uma noite de verão
A midsummer night’s dream
William Shakespeare
Tradução: Beatriz Viégas-Faria
TAG - L&PM Pocket
128 páginas
Olá
ResponderExcluirQue maravilha ;) é uma leitura ótima principalmente para quem gosta de clássicos
Apesar de ser um clássico, ainda não li nenhuma obra de William Shakespeare, apenas assisti algumas encenações. Mas, é muito bom ler algo que exercite a nossa imaginação e essa parece ser uma leitura bem interessante até mesmo pela questão da linguagem que você menciona. Sonho de uma noite de verão entrará para a minha lista.
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