terça-feira, 31 de maio de 2022

A Camareira



Sinopse: Molly Gray tem dificuldade com interações sociais. Aos 25 anos, a jovem muitas vezes entende errado as intenções das outras pessoas, e sua avó costumava interpretar o mundo para ela, criando regras simples segundo as quais a neta poderia viver. Certo dia, ao entrar na suíte do infame e riquíssimo Charles Black, a vida organizada de Molly vira de cabeça para baixo: além de encontrar os cômodos em completa desordem, a jovem se depara com nada menos que o próprio Sr. Black morto na cama. Antes mesmo que entenda o que está acontecendo, no entanto, seu comportamento incomum levanta suspeitas da polícia, e a camareira, acostumada a passar despercebida, logo se vê presa em uma teia de mentiras e mal-entendidos que não faz ideia de como desfazer. Felizmente para Molly, amigos que ela nunca soube que tinha se unem em busca de pistas sobre o que realmente aconteceu com o Sr. Black. Mas eles serão capazes de encontrar o assassino antes que seja tarde demais?

No mês de fevereiro/22 recebi pela minha assinatura da Intrínsecos o livro A Camareira da escritora canadense Nina Prose. Não confundir com o livro de mesmo título do escritor alemão Markus Orths, que também já foi resenhado aqui no blog. O mimo foi um quebra-cabeça com a cena do crime.

Molly é uma camareira cuidadosa que busca deixar os quartos perfeitos. Ela tem dificuldade para entender ironias e ler expressões faciais, sendo literal em suas interpretações ao interagir com outras pessoas. O que a faz viver com o bullying desde cedo, nunca se livrando desse, mesmo na vida adulta.

Sou sua camareira. Sei muita coisa sobre você. Mas, afinal, o que você sabe sobre mim?


Abandonada pelos pais, foi criada com muito amor e cuidado pela avó materna, ao qual perdeu recentemente e precisa aprender a conviver sem o apoio e conselhos.

 Profissionalmente é extremamente cuidadosa e tem orgulho do trabalho que realiza. Mas tem uma vida bastante solitária, sem amigos ou namorado, enquanto sonha em um dia realizar um curso que a ajude a ser promovida dentro da área de hotelaria.

Sou tão grata pelo meu trabalho que acho que estou sonhando todos os dias.


A soma de todos estes fatores a tornam uma vítima perfeita para pessoas que não possuem boas intenções, transformando Molly rapidamente de testemunha a suspeita de assassinato de um cliente costumeiro e rico do hotel.


Os personagens


Molly é a personagem principal, que desperta nos leitores mais sensíveis o desejo de poder entrar na história e protegê-la. Organizada, esforçada, focada e aplicada, sua forma diferente de raciocinar e ver o mundo é ao mesmo tempo envolvente e também um alerta de respeito em relação aos que fogem ao que denominamos de padrão.

A avó, apesar de falecida, é uma personagem onipresente nas lembranças de Molly, já que foram os seus conselhos e as lembranças de muitas conversas que a fazem seguir em frente, aliás, é justamente toda a força que a avó transmitiu a neta que mantém a jovem inteira por mais difícil que seja a situação. 

Cometo erros de etiqueta com uma regularidade preocupante, ofendo quando minha intenção é elogiar, interpreto errado a linguagem corporal das pessoas, digo a coisa errada na hora errada.


As senhoras Black são o lado B da riqueza, quando o Sr. Black morre, começa uma guerra pela herança que envolve a Sra. Black atual e a filha do primeiro casamento. Mais do que descobrir o assassino, o que importa aqui é o dinheiro.

Juan Manuel, Sunitha e Sunshine são exemplos de pessoas que saem do seu país de origem para buscarem oportunidades melhores, e assim como Molly, ficam sujeitos aos diferentes tipos de tratamento por parte dos que o rodeiam.

Tantas pessoas que merecem ser punidas nunca são e, enquanto isso, pessoas boas, decentes, são acusadas dos crimes errados.


Já a detetive Stark representa a pressa na resolução, o despreparo em se comunicar com quem é diferente. Algo que abre portas para injustiças terríveis não só na ficção como no mundo real.

Preston e Charlotte são os bons amigos que todo mundo quer ao lado independente se o evento é feliz ou triste, pois eles estão ali para acreditar em você e te apoiar no que der e vier.

Está me olhando como se eu fosse a idiota quando é evidente que ela não é capaz de compreender minha lógica muito simples.


Rodney é o malandro bonito e sem vergonha, que sem escrúpulos envolve e manipula, um perigo para todos que nele acreditam.

Outra de índole bastante duvidosa é Cheryl, a chefe das camareiras que não tem vergonha de entrar antes nos quartos para roubar a gorjeta destinada as colegas e usa o mesmo pano para limpar a pia e a privada dos banheiros dos hóspedes.

Não tem por que ficar sofrendo pela perda de alguém que você nunca conheceu. Já é difícil sofrer a perda de quem a gente conheceu, alguém que nunca vamos ver de novo e que faz uma falta horrível.


E por fim Alexandre Snow, o gerente do hotel que trata Molly com educação e demonstra confiança e satisfação no trabalho que ela realiza com tanto orgulho.


A escrita de Nina Prose


É a própria camareira Molly quem conta a sua aventura em uma narrativa em primeira pessoa, em uma história que a autora Nina Prose optou em dividir pelos dias da semana.

Com escrita fluída, achei interessante que no Prólogo se tem uma ideia da invisibilidade que parece vestir as pessoas que trabalham no hotel, para logo no primeiro capítulo a personagem principal conseguir me levar por um tour descritivo do local escolhido para a cena do crime, onde fui apresentada para um a um dos personagens que participariam do mistério.

Um dia pode ser chocante, e o seguinte também. Mas os dois choques podem ser tão diferentes um do outro quanto a noite do dia, o preto do branco, o bem do mal.


Um ponto muito interessante sobre Molly é que Nina Prose apenas a identifica como uma pessoa que tem dificuldades com situações de socialização. Não há um diagnóstico ou rótulo da personagem, apenas um fluxo que não era igual ao meu de compreender e interagir com os demais.

Para quem gosta de brincar de detetive, a atenção extra é para os detalhes de cena, as lembranças e os diálogos que Molly tem. Pois é muito fácil perceber que ela está sendo enganada, o grande mistério aqui é por quem e como ela irá descobrir.


O que eu achei...


A Camareira é muito mais do que um mistério policial, o livro é sobre as pessoas invisíveis. Exatamente aquelas que cruzam o nosso dia-a-dia prestando os mais diversos serviços e sendo ignoradas por muitos, como se não tivessem importância e tudo se resolvesse magicamente.

Muitas vezes tenho medo de não acreditarem em mim, de descartarem meus pensamentos e opiniões como se fossem lixo. Sou só uma camareira, não sou ninguém.


E por isso muito mais do que descobrir o assassino a minha agonia era em relação ao que faziam com a Molly, a sua solidão, os golpes que ela recebe sem que consiga se defender. Demonstrando uma mistura de fragilidade e força na personagem, tornando-a muito real.

Eu realmente gostei do livro, da escrita, do desenrolar da história. Acho que todas as peças vão se encaixando muito bem e o final não decepciona, fazendo valer muito a leitura. 


A Camareira
The Maid
Nina Prose
Tradução: Julia Sobral Campos
intrínseca
2022 - 336 páginas

Esta resenha não é patrocinada, a assinatura do clube citado é pago integralmente pela autora.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

De cada quinhentos uma alma



Sinopse: Edgar Wilson trabalha recolhendo animais mortos. Ele é responsável por levar carcaças até um grande depósito onde um triturador dizima os despojos. Contudo, quando o país entra em colapso e começa a enfrentar situações cada vez mais inusitadas, ele acaba usando seu conhecimento para tentar dar sentido ao caos e encontrar uma forma de sobreviver à barbárie. Ao juntar-se a Bronco Gil e ao ex-padre Tomás, os três anti-heróis passam a rodar pelas estradas testemunhando a atração exercida pelo acaso da realidade, desafiando tanto poderosos locais quanto instituições que não são bem o que eles imaginavam.

Bronco Gil trabalha em um bar e nas horas extras é assassino de aluguel, um dia resolve que aquele é o último dia no seu lugar atual, faz o que foi pago e pega a estrada sem rumo, trabalhando uma hora aqui e outra ali, sempre temporariamente.

Passadas algumas semanas se depara com dois veículos que bateram de frente, mas sem ninguém dentro, logo após percebe ovelhas caídas na estrada. E em sua decisão de parar que ele reencontra o seu amigo Edgar Wilson e conhece o ex-padre Tomás, e assim acaba se juntando ao estranho grupo que passa os seus dias recolhendo carcaças de animais mortos para serem queimados.

O fim do mundo está do outro lado da porta, mas isso ele ainda não sabe.


É quando o leitor descobre que eles estão enfrentando uma epidemia, mas além do isolamento e das fronteiras fechadas, há muitos animais morrendo e eles fazem parte da equipe que os recolhe e os leva para incineração. Mas conforme os dias vão passando, observa-se que as pessoas também estão sendo afetadas, algumas tomando atitudes até então impensadas.

E tudo termina de perder o sentido quando que um estranho caminhão militar cruza o caminho dos três homens, e enquanto eles buscam descobrir o que realmente está acontecendo e ao mesmo tempo tentam bolar um plano para salvar inocentes, fica a dúvida se é apenas uma pandemia, obra do homem ou se realmente os profetas estavam certo e é o fim do mundo.


Os personagens

Durante a leitura não temos muitos detalhes sobre o passado dos três personagens chaves. Sabemos que Bronco Gil já foi preso, que Tomás largou o sacerdócio, mas ainda mantém seus laços de amizade com outros padres e que Edgar Wilson parece ser o cabeça dos três.

Em comum a constatação de estarem em um território abandonado por Deus, vivendo situações inexplicáveis que os levam a investigar os fatos estranhos que estão ocorrendo a sua volta, se deparando assim com o inacreditável e a desolação.

Desde que a epidemia se instalou, as estradas estão desertas, assim como ruas, praças e parques. As fronteiras fechadas, e o abastecimento, comprometido. A escassez começa a dar passagem ao desespero.


Assim como o leitor, eles não sabem o que pode ser a comprovação de que realmente o fim do mundo está chegando e desta vez os profetas acertaram ou um projeto político que conta com a ajuda do exército para ações pouco ortodoxas.


A escrita de Ana Paula Maia

A escrita da carioca Ana Paula Maia é direta e fluída, não há detalhes desnecessários, e os diálogos são secos em meio em um ambiente que mistura pandemia, profecias e poder.

De cada quinhentos uma alma possui um bom ritmo, com alguns rápidos feedbacks que surgem principalmente quando novas situações se apresentam a Bronco Gil.

O fim e o começo. As portas do inferno estão se abrindo. E as do céu, também.


A autora consegue descrever detalhes sórdidos sem que isso se torne apenas macabro, mas com significado na cena. Aliás, a impressão que eu tive é que nada é por acaso. Tudo vai se costurando de uma maneira que desperta a curiosidade em saber o que realmente está ocorrendo.

E o que eu achei interessante é que mesmo fazendo parte de uma trilogia, ao qual eu não havia lido o primeiro volume - chamado Enterre os seus ossos -, foi possível realizar a leitura de uma forma independente, pois a história tem um começo, meio e fim.


O que eu achei...

Inicialmente eu achei a história um pouco confusa, talvez justamente por fazer parte de uma trilogia, tenha me faltado saber um pouco mais do porquê do Bronco Gil sentir necessidade de ir para o Oeste e que pandemia era aquela que matava tantos animais como enlouquecia as pessoas.

O vento frio sopra uma fina fuligem que recobre todo o lugar. Há corpos caídos pelo chão, desde crianças até um aleijado na cadeira de rodas.


Mas logo resolvi ignorar algumas perguntas e me entreguei ao momento atual, em uma história que facilmente viraria filme, pois tem um ar cinematográfico de quem mistura aventura, suspense com um toque de faroeste moderno - este mais pela ambientação do local, cheio de poeira e com muitos quilômetros sem uma viva alma.

Também achei o livro de leitura muito rápida, e mesmo abordando o tema pandemia e um cenário apocalíptico, não achei a leitura pesada, sendo facilmente um livro para quebrar aqueles momentos de bloqueio literário ou para intercalar com histórias mais tensas.


De cada quinhentos uma alma
Ana Paula Maia
Companhia das Letras
2021 - 108 páginas

Esta edição faz partes dos livros recebidos pelo Time de Leitores 2021 da Companhia das Letras, cuja resenha é independente e reflete a verdadeira opinião de quem o leu.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Verônica e os pinguins



Sinopse: Verônica McCreedy leva uma vida solitária. Aos 85 anos, ela começa a se perguntar para quem deixará sua enorme fortuna. Até que, após ver um documentário sobre um centro de estudos de pinguins na Antártica, resolve passar uma temporada do outro lado do mundo - um local congelante e isolado, que muitos considerariam inóspito. Diante das descobertas de um parente vivo, das novas amizades feitas, do desenterro de traumas passados e dos pinguins que precisam de ajuda, Verônica terá que decidir se ainda há tempo para abrir seu coração e criar laços antes que seja tarde demais.

No mês de Fevereiro/22 recebi pela minha assinatura da TAG Inéditos o sensível e divertido Verônica e os pinguins da autora inglesa Hazel Prior. O mimo foi um canudo de inox, o que combina com uma das temáticas levantadas no livro, que é das mudanças climáticas globais.

Verônica mora em uma bela casa na Escócia, solitária, tem a auxiliar Eileen que não só cuida da casa como da própria Sra. McCreedy, que muitas vezes deixa a dúvida se ela está apresentando lapsos de memória ou se é chata mesmo.

Os espelhos são muito honestos. Existe um limite para o que uma mulher pode suportar.


Com a proximidade do aniversário ela se depara com uma caixa que lhe desperta várias memórias e a preocupação de quem irá herdar os seus bens após a morte. É quando ela contrata uma agência de investigação e descobre a existência do seu neto Patrick.

Mas o rapaz não é nada do que ela gostaria ou esperaria de um neto, trabalhando somente um dia na semana, vivendo de ajuda do governo e cultivando dois vasos de maconha na janela.

A esta altura, deveria estar acostumada com essas repugnantes imperfeições físicas, mas ainda me exaspero ao me ver deste jeito.


Então Verônica lembra do programa sobre pinguins que ela tanto gosta de assistir, e do apresentador informando que o centro de pesquisa precisa de dinheiro para se manter. É quando ela decide ir pessoalmente até a Ilha Locket na Antártica ver se o trabalho realizado merece se tornar seu herdeiro.

O que irá mudar não só a rotina da pequena equipe como os do que estão a quilômetros de distância, trazendo revelações para ela e todos a sua volta. 


Os personagens

O núcleo de Verônica e os pinguins inicialmente é pequeno, mas ao retornar ao passado vamos encontrar vários personagens que Verônica encontrou no seu caminho, assim como as pequenas participações do núcleo de Patrick.

Verônica não só é a personagem do título como a principal, se inicialmente ela pode ser facilmente taxada de uma senhora bastante chata, um tanto arrogante e muito teimosa, conforme o passado é revelado, vemos uma menina que sobreviveu a guerra e a tudo o que lhe foi roubado. 

Fiz o que foi preciso para sobreviver. Se isso fez de mim uma pessoa dura ou cáustica, que seja. Sou o que sou.


Nada o que Verônica tem caiu de mão beijada em suas mãos, e foi graças a esta personalidade forte, que não baixou a cabeça para nenhuma dificuldade, que possibilitou cada conquista material, embora nada disso tenha aliviado as perdas emocionais.

Patrick é o neto até então desconhecido, rapaz que ficou órfão cedo e agora segue sendo levado pela vida, sem responsabilidades, sem objetivos, inicialmente desleixado, sendo um homem de corpo, mas mentalmente um menino que não cresceu.

Minha vida. Um enorme, doloroso, inexplicável, desperdício sem sentido.


Sua consciência começa a ter noção da realidade ao ler os diários pessoais enviados pela avó. Ao descobrir mais de suas próprias origens e das desventuras da mulher que se tornaria a sua avó, um amadurecimento começa a surgir.

Eileen é o braço direito de Verônica, quem atende suas ideias malucas, envia e-mails, pede notícias, se preocupa com o bem estar ao mesmo tempo que é curiosa sobre o que acontece.

A vida é um equilíbrio entre o que você solta e o que você guarda. No meu caso, trata-se muito mais de guardar. Guardar é a única maneira de aguentar firme.


Já na Antártica temos a equipe do projeto dos pinguins. Um trio de diferentes personalidades que em um primeiro momento tentam a todo custo impedir que uma senhora já idosa vá para o alojamento, cuja estrutura é simples e sem grandes confortos, mas que depois incorpora Verônica na própria rotina. 

Naturalmente nem todos aceitam tão bem, se por um lado Terry cuida de Verônica e relata seus primeiros contatos no blog que mantém, Mike parece estar sempre emburrado com sua presença, enquanto Dietrich mantém o equilíbrio de tudo.

Eu devia estar cheia de remorso e humildade, mas não estava. Sentia-me desafiadora.


E como não poderia faltar, os pinguins são personagens a parte, com ênfase para Pip, que inevitavelmente te faz ter vontade de conhecer um bebê pinguim mais de perto.


A escrita de Hazel Prior

Para contar a história de Verônica a autora Hazel Prior mescla diferentes narrativas, da primeira pessoa com narrativa direta, como é o caso utilizado com a personagem principal para contar o agora, o uso de um diário para detalhar o passado para os leitores e para o próprio neto.

Aliás Patrick também faz a narrativa em primeira pessoa, compartilhando com o leitor o seu ponto de vista sobre ser órfão e lá pelas tantas ser encontrado por uma avó desconhecida que não tem nada de ar maternal.

Dentro do meu peito está acontecendo algo estranho. Uma friagem, como uma imensa montanha de gelo começa a se mexer.


Completando a narrativa temos O Blog dos Pinguins, onde Terry se comunica de forma direta com os seus seguidores, explicando fatos da rotina destas adoráveis aves marinhas, além de compartilhar muitas curiosidades sobre eles. Nos lembrando em meio ao romance da importância da nossa casa chamada Terra e de como devemos preservar o meio ambiente para o bem de todas as espécies que aqui habitam.


O que eu achei...

No começo eu não dei nada pela história, achei que Verônica era uma mulher muito chata e que a narrativa seria muito tediosa. Mas sai de baixo que lá vem cuspe.

Conforme a história foi sendo aprofundada, a escrita de Hazel Prior me envolveu e eu me vi admirando e sentindo o coração apertado pela Verônica do passado e do presente, a menina que se viu só em plena segunda guerra mundial e a senhora que guardava de certa forma a sua alma em uma caixa.

As lágrimas vêm quando a pessoa foi forte demais por tempo demais.


Ao mesmo tempo a história questiona o quanto as perdas e vivências podem afetar as nossas relações e soterrar características da nossa personalidade de diferentes maneiras. E o mais importante, o que pode quebrar todas estas barreiras?

No caso de Verônica e Patrick, avó e neto, são os pinguins. No caso dos leitores, caberá a eles após finalizar a leitura descobrir se tem algum bloco de gelo a ser quebrado para poder viver mais livremente.


Verônica e os pinguins
Away with the Penguins
Hazel Prior
Tradução: Elisa Nazarian
TAG - Gutenberg
2022 - 347 páginas

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