segunda-feira, 10 de junho de 2019

O Garoto no Convés



Sinopse: Aos catorze anos de idade, o órfão John Jacob Turnstile perambula pelas ruas de Portsmouth, no sul da Inglaterra, cometendo pequenos furtos. Dois dias antes do Natal de 1787, porém, o que tem início como apenas mais uma delinquência resulta numa série de acontecimentos que mudarão sua vida para sempre. Para escapar da prisão, embarca às pressas num navio da marinha inglesa na função de criado do capitão. Seu plano é fugir na primeira oportunidade, mas o que o aguarda é uma aventura de proporções épicas, na qual não faltarão conflitos entre membros da tripulação, tempestades, portos exóticos, ilhas paradisíacas e um motim, que acabaria por se tornar o mais famoso na história naval.

Misturando ficção e fatos históricos o autor John Boyne leva o leitor pelos subúrbios da antiga Inglaterra, passando por marés recém descobertos na visão de um jovem menino, cuja vida não é nada fácil, para contar uma nova versão do motim ocorrido no navio da marinha britânica HMS Bounty.

Mas ele a pronunciou não para insultar, mas com o desprezo natural pelas outras formas de vida que só um cavalheiro inglês podia ter.

O livro é dividido em cinco partes, que vão da proposta para Turnstile embarcar até o seu retorno em terra firme. Por ter como fundo fatos reais, para os mais curiosos são disponibilizadas as referências utilizadas além de um mapa com a viagem do Bounty.

A história começa em 1787, quando Turnstile conversa sobre livros com um fidalgo francês e rouba o seu relógio. Enquanto já imagina a ceia que teria com a venda do objeto acaba preso. E então o jovem que desconhece seus pais e vive em uma casa cheia de meninos como ele, supervisionados por um homem que só os explora, se vê entre duas escolhas: um ano na prisão ou dois anos navegando em um navio da marinha britânica.

Mas um jovem como você devia ter sempre acesso aos livros. Eles enriquecem o espírito, sabe? Fazem perguntas sobre o universo e nos ajudam a compreender um pouco mais o nosso mundo.

A missão do navio é buscar mudas de fruta-pão para alimentar os escravos das colônias inglesas. A missão de Turnstile é atender as ordens do capitão do navio William Bligh. E assim o menino aprende a conviver em um ambiente às vezes hostil, às vezes formal, às vezes perigoso e às vezes tedioso. 

É neste cenário que o leitor vai conhecer mais da história de Turnstile e ser apresentado pouco a pouco aos personagens desta história, que vão do capitão, aos oficiais, passando pelos marinheiros até o cozinheiro. Não são dias fáceis, pois além de ter que aprender a viver em um ambiente totalmente diferente, era obrigado a tolerar alguns abusos quase tão cruéis quantos os vividos anteriormente em terra.

Os ricos sempre consideram ignorantes os garotos como eu, mas às vezes demonstram ignorância igual ou maior, se bem que de outro tipo.

Nos diálogos entre o capitão e o jovem é possível ter uma ideia da cultura social do período, não raro Turnstile questiona, em pensamento, algumas linhas de raciocínio, onde as diferenças econômicas permitem aos mais poderosos ações bastante equivocadas para o leitor de hoje.

Só que ao chegar à ilha todos parecem se igualar, depois de quase um ano navegando, a variedade de frutas e mulheres que se mostram disponíveis aos tripulantes cria a ideia de que outro estilo de vida é possível. E se a viagem até ali havia sido tranquila, sem maiores brigas ou castigos, os seis meses de sol trataram de mudar os desejos de vida para aqueles homens.

E após um motim, Turnstile que ainda guarda ecos do seu primeiro amor se vê amontoado com aqueles que apoiaram o capitão em uma barca abandonada em meio às águas. A busca para casa trás ainda mais reflexões e completa o amadurecimento de Turnstile.

De onde vinha esse controle, eu não sei. Talvez fosse a solidão ou a segurança daquela aparência familiar. Talvez fosse o fato de nenhum de nós jamais ter conhecido coisa diferente na vida.

O garoto no convés é um livro que te leva a virar páginas, a questionar preconceitos, e descobrir um pouco mais da história da navegação. Narrado em primeira pessoa, Turnstile convida o leitor a sentir as mesmas alegrias e dores, sendo difícil ficar indiferente.

Um livro que eu literamei e recomendo para quem busca uma ótima leitura.

O garoto no convés
Mutiny on the Bounty
John Boyne
Tradução: Luiz A. de Araújo
Companhia das Letras
 2008 – 493 páginas

11 comentários:

  1. Eu amo a escrita desse autor e faz tempo que não leio nada dela.
    Sua resenha me conquistou <3 Quero reler

    Sai da Minha Lente

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  2. Olá, Clayci.
    O garoto no Convés é realmente apaixonante, e a escrita do autor nos conquistas.
    Boas leituras.

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  3. A leitura é bastante cativante, a história é emocionante, interessante a história se passar em alto mar, gostei muito da sua resenha, fiquei muito interessada pelo livro bjs.

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  4. Oi
    Eu gostei da sugestão :) a temática do livro é bem interessante. Já coloquei na lista de leitura

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  5. Uma ótima dica de leitura. Parece mesmo ser envolvente e uma leitura gostosa de se fazer! ótima resenha!

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  6. Fiquei curiosa para acompanhar a história de Turnstile, pois parece ser bem interessante. Gosto de leituras que contém fatos históricos.

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  7. Oi, tudo bem? Não conhecia o autor mas gostei bastante da premissa. Interessante perceber que uma decisão pode mudar toda a nossa vida. Um abraço, Érika =^.^=

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  8. Pela resenha se entende que o livro é bom, sendo assim, já está anotado aqui, gosto desse tipo de livro!

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  9. Oi Andrea, tudo bem?
    Eu virei fã desse autor quando li sua obra chamada "O garoto de pijama listrado", fiquei devastada, me marcou muito. Por isso seu que da mesma forma serei tocada pelo garoto do convés também. Já coloquei na minha lista. Sua resenha ficou ótima!
    beijinhos.
    cila.

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  10. Olá, tudo bem?

    Eu tenho muita vontade de ler esta obra, pois leio muitos comentários positivos a respeito desse livro. O fato de ser dividido em cinco partes e nos fazer virar as páginas assiduamente, nos fazendo questionar sobre o preconceito, é muito legal. Adorei seu post!

    Beijos!

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  11. que historia emocionante sua resenha me deixou muito emotiva e sem saber o que dizer. É muito importante e muito atual apesar de se passar em 1787 e que nos faz questionar sobre muitas coisas. obrigado por encher o meu coração com esta historia

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