sábado, 14 de novembro de 2009

A Linha de Sombra


Sinopse: Última obra-prima escrita por Joseph Conrad, A Linha de Sombra marca o limite - tão indefinível e incompreensível, quanto inquietante e doloroso - que num determinado momento da vida configura, de modo irrevogável, o fim da juventude. Para o protagonista deste romance intenso, a ultrapassagem dessa fronteira coincide com uma experiência excepcional e dramática: oficial da marinha mercante, em seu primeiro comando se defronta com uma interminável calmaria no clima insalubre dos mares do Sudoeste Asiático, enquanto vê sua tripulação ser dizimada por uma violenta epidemia de febre.

Narrado em primeira pessoa por um protagonista sem nome, acompanhamos um episódio de sua juventude, quando ele descarta subitamente o seu posto em um navio a vapor em um porto oriental, mesmo se considerando feliz na embarcação e com os companheiros de bordo, para retornar para casa.

É um privilégio do começo da juventude viver adiante de seus dias, em toda a bela continuidade de esperança que não conhece pausas ou interrupções.

Sem passagem de retorno comprada ou algo lhe esperando, surge uma oferta inesperada de comandar o navio Melita, em direção a Bancoc. Encargo que ele aceita e se prepara para partir no mesmo dia, enquanto se acostuma a ser chamado de capitão.

Dos primeiros sentimentos de conhecer a sua tripulação e sentar em uma cadeira já habitada por muitos outros homens, começam as novidades em relação ao navio, como uma certa tensão, ou o fato da embarcação nunca ter tido a sua capacidade aproveitada ao máximo, e claro, os seus mistérios.

Eu não conseguia ver nem ouvir mais ninguém, mas quando falei abertamente, murmúrios tristes de resposta encheram o tombadilho, e sias sombras pareciam se mover aqui e ali.

Logo ele se vê cheio de complicações a serem resolvidas, sendo a maior delas o tempo ao ter vários homens doentes, não era mais questão de dinheiro, mas também de vidas, enquanto tenta levar o navio para o mar e assim retornar para o porto de origem.

Mas o navio avança lentamente, consumindo recursos físicos e psicológicos de seus tripulantes, onde as teorias para um tempo parado que faz a embarcação se arrastar, pareça muito mais do que o acaso.

A barreira de pavorosa imobilidade que nos encerrara por tantos dias, como se estivéssemos sob uma maldição, estava rompida.

Em A Linha de Sombra o escritor Joseph Conrad utiliza-se da lentidão da embarcação para narrar as etapas e dificuldades do amadurecimento pessoal e profissional do rapaz. Ao fazer o protagonista lidar com uma soma de dificuldades para quem lidera uma equipe pela primeira vez, com o agravamento de não ter nenhum preparo para a função. 

Qualidades naturais, dor, culpa, se misturam, fazendo surgir cicatrizes invisíveis. Um livro curto, mas bastante envolvente, indicado principalmente para os que possuem ambição em serem líderes, pois a tripulação adoecida é muito parecida com algumas das equipes de trabalhos da atualidade.

A Linha de Sombra
The Shadow-line
Joseph Conrad
Tradução: maria Antonia Van Acker
RBS Publicações
1916 - 159 páginas

5 comentários:

  1. A história é bastante interessante, de um homem que enfrenta perigos para chegar no mundo dos adultos, o autor trouxe uma história incrível, que vale a pena ler, bjs.

    ResponderExcluir
  2. Olá Querida, Tudo bem?
    Não conhecia esse livro mas estou muito curiosa,obrigado pela partilha.
    Beijinhos Karina

    ResponderExcluir
  3. Parece um livro bastante interessante, fiquei curiosa com a história 🤭
    Um beijinho enorme **

    ResponderExcluir
  4. Gostei da comparação final, com algumas das equipes de trabalhos da atualidade. Parece interessante, só lendo para saber :)

    ResponderExcluir
  5. muito bom esse livro, fiquei curiosa pra ler! adorei

    ResponderExcluir