domingo, 12 de dezembro de 2010

Pantaleón e as Visitadoras

As contínuas reclamações sobre o comportamento dos soltados peruanos alocados nas fronteiras com a Amazônia, como atentado violento ao pudor em qualquer local (ex. igrejas) e estupro, fizeram o alto comando buscarem uma solução que atenuasse esses “pequenos contratempos”: a criação de um serviço de visitadoras.

Para controlar essas mulheres e dar ordem ao novo serviço, foi chamado o capitão Pantaleón Pantoja, um homem casado, fiel, livre de vícios, seguidor de regras e dedicado de corpo e alma para o exército.

Mas a transferência de Pantoja e sua família para Iquitos é cheia de surpresas, começando pelo fato que ele deve esconder que é um militar – visto a delicadeza e a não aceitação da sua missão pelo comandante da região – e as mentiras que precisa administrar nas conversas com a esposa e com a mãe.

Em paralelo a criação e expansão do serviço de visitadoras está o surgimento de uma nova seita chamada “Irmãos da Arca”, cujas ações polêmicas e extremistas começam com a crucificação de insetos e pequenos animais.

Utilizando diálogos em paralelo, cuja atenção é requerida ao leitor para que não se confunda quem está conversando com quem, Mario Vargas Llosa diverte com suas ironias ao utilizar a estrutura rígida do exército para descrever situações surreais.

Riso garantido com os ofícios e os cálculos estatísticos de Pantoja sobre o tempo e a quantidade de atendimento a soldados que cada visitadora pode realizar, assim como as reclamações de quem não é contemplado pelo serviço.

Leitura mais do que recomendada para quem gosta de unir uma boa história com risadas.

2 comentários:

  1. Oi! Adoro o blog! Apresenta obras maravilhosas com dicas importantes para a escolha de leituras. Parabéns! beijo!

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  2. Obrigada, Eva. É muito legal pra nós sabermos que, além de escrever sobre um assunto que amamos, estamos compartilhando idéias com outras pessoas.

    Bjos

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