sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

O chamado de Cthulhu e outros contos



Sinopse: O Chamado de Cthulhu é um conto do norte-americano H.P. Lovecraft que logo se tornou um clássico do terror. Foi escrito em 1926 e publicado pela primeira vez na revista estadunidense Weird Tales em fevereiro de 1928. Cthulhu é um deus que nas primeiras páginas do conto aparece como um ídolo de argila quase indescritível, possuindo um culto multimilenar dedicado a trazê-lo de volta, o seu retorno desencadearia o fim da humanidade. Neste livro, encontramos esse clássico e mais nove contos consagrados do autor na literatura de terror.

Há alguns anos atrás me foi indicado ler o autor H.P Lovecraft com a justificativa que ele seria um dos mestres dos livros de terror e mistério. Para tirar a prova, aproveitei um cupom que ganhei para usar em uma livraria online e comprei O chamado de Cthulhu e outros contos, para ter uma amostra do trabalho do autor.



No livro encontrei dez contos, aos quais irei fazer um breve resumo abaixo:

Dagon: Um marinho viciado em morfina compartilha a sua história após sobreviver a um naufrágio e chegar a um lugar desconhecido. A fragilidade do personagem coloca um ponto de interrogação se tudo é real ou alucinações de alguém que está perdendo a razão.


Estou escrevendo isto sob considerável esforço mental, uma vez que hoje à noite não existirei mais.


Nyarlathotep: parte dos mitos que constroem Cthulhu, o conto apresenta uma criatura que sai do Egito e vaga pela Terra. Um ser ambíguo e aterrorizante, capaz de causar a loucura e o caos ao poder assumir diversas formas e manipular a mente de quem encontra pelo caminho.

A cidade sem nome: um explorador se desloca para uma cidade cercada de lendas em um dos desertos da Arábia. Com uma atmosfera que se altera conforme o horário, ele encontra uma arquitetura macabra, símbolos estranhos e templos subterrâneos que o convidam a esquecer todos os cuidados.

Quando cheguei à cidade sem nome, vi que era um lugar amaldiçoado.


Azathoth: um conto curto que conta a história de um homem que viaja atrás dos sonhos perdidos.

O cão: dois amigos compartilham um hobby atípico: violar tumbas antigas em busca de artefatos. Em uma de suas expedições eles encontram uma escultura de jade em forma de um cão com asas. Ao carregar o objeto com eles, eventos misteriosos e aterrorizantes passam a assombra-los.

Não se trata de um sonho - nem mesmo, receio, loucura -, pois já me aconteceu muita coisa para eu ter essas dúvidas apaziguadoras.


O Festival: convocado por familiares para participar de um antigo festival, o personagem/narrador retorna a sua cidade natal. Mas o que deveria ser um retorno às origens acaba se tornando uma experiência bem diferente da imaginada.

O Chamado de Cthulhu: após a morte de um tio-avô o professor Francis Wayland Thurston se depara com a história de um estranho ídolo de argila, que teria relação com um antigo culto dedicado a uma criatura monstruosa que teria vindo das estrelas: Cthulhu. Conforme se aprofunda nas investigações, ele descobre não só uma conexão psíquica entre algumas pessoas e a entidade, como que o retorno de tal criatura significaria o fim da humanidade.

A coisa mais gratificante do mundo, creio, é a incapacidade da mente humana de correlacionar todos os seus conteúdos.


A Cor Vinda do Espaço: um meteoro cai em uma fazenda localizada a oeste da cidade de Arkham e uma estranha cor começa a surgir no local do impacto. Sua queda não gera nenhum dano momentâneo, mas com a passagem dos dias uma terrível transformação ocorre na localidade conforme a estranha coloração passa a corroer tudo o que toca.

História do Necronomicon: pequeno conto que conta a origem do livro fictício citado em diversos contos de H.P. Lovecraft, onde o autor Abdul Alhazred, conhecido como "o Árabe Louco" teria descrito uma série de feitiços e rituais para invocar entidades antigas e poderosas, como Cthulhu.

São figuras tão caladas e furtivas que ele se sente de certa forma confrontado com coisas proibidas, com as quais seria melhor não ter nenhuma relação.


O Horror de Dunwich: Dunwich é uma pequena cidade de Massachusetts onde a estranha família Whateley, que combina cultos antigos e casamento endogâmicos, mora. Mas todas as atenções se voltam para eles quando nasce Wilbur Whateley, um menino que cresce em uma velocidade espantosa e apresenta características que lembram animais e conforme cresce cria uma obsessão por livros antigos, em particular o Necronomicon.


A escrita de H.P. Lovecraft

O escritor norte-americano Howard Phillips Lovecraft, popularmente conhecido como H.P. Lovecraft, é considerado como o autor que revolucionou no século XX o gênero de terror, principalmente no que denominamos terror psicológico e cósmico.

Além da psicologia, o escritor que teve uma infância marcada pela solidão, mistura ficção científica, fantasia em histórias obscuras que podem perturbar os leitores nesta mescla de insanidade e criaturas que não se sabe se vem do cosmo ou de universos paralelos.

Não lembro com precisão quando começou, mas já faz meses. A tensão geral estava horrível.


E foi isso que gerou o Mito de Cthulhu, onde vários contos compartilham o terror cósmico dos impactos do despertar de uma criatura antiga e poderosa que afetaria a Terra como um todo. Não à toa, existe mais de um livro de contos do autor publicado com o mesmo título: O chamado de Cthulhu e outros contos

Em O chamado de Cthulhu e outros contos que eu li existe aquele misto de terror, mistério e dúvida. Ao utilizar a narrativa em primeira pessoa com personagens que ou não confiáveis ou se colocam em situações que podem alterar a sua percepção, o autor mexe com o sentimento de ética e empatia do leitor, pois é imaginação ou eles são realmente vítimas de algo que chamaríamos de sobrenatural?

Sobre o nome e a residência desse homem pouco se escreveu, pois serviam apenas para o mundo da vigília, embora se diga que eram ambos obscuros.


Ao mesmo tempo ele nos carrega para civilizações perdidas, onde o antigo e o avanço tecnológico se misturam, mas habitadas por forças malévolas, ligadas aos muitos mistérios que ainda hoje tentamos desvendar.

Isso é acentuado pelo conjunto de contos que forma os mitos de Cthulhu, onde entidades cósmicas são capazes de causarem horrores que a humanidade não possui preparo e muito menos compressão para enfrentar.


O que eu achei de O chamado de Cthulhu e outros contos

A sensação que eu tive lendo este livro de contos era de estar subindo uma montanha, a cada história o terror aumentava, e não raro, também o número de páginas para imergir em um mundo onde os horrores estão completamente conectados por um livro fictício e por uma criatura.

Várias vezes me peguei lembrando da série Alienígenas do passado, onde cidades antigas e cheias de lendas são mostradas e suas construções questionadas sobre se realmente usaram mão de obra humana ou se seres do espaço o construíram.

Parecia haver ali uma umidade indefinida e opressiva, e me espantei com o fato de o fogo não estar aceso.


Mas nos contos de H.P. Lovecraft eles não constroem nada, e não estão vindo do espaço em uma espaçonave. O mais perigoso está dormindo em águas profundas, e os demais parecem vir atender chamados de rituais ou através de portais escondidos em várias partes da Terra.

Motivo pelo qual não raro é fácil duvidar da história do narrador, pois em algumas situações enfrentadas por eles não seria difícil confundir com alucinações ou pesadelos. 

Não é um lugar bom para a imaginação e não traz sonhos repousantes à noite.


Em outros casos está mais escancarado, embora não haja uma comprovação total da lenda, existem fatos para deixar as orelhas em pé e os pelos dos braços arrepiados.

O que tornou o universo de H.P. Lovecraft aprovado por mim, uma fã do gênero, que só agora conheci o mestre e deixo a dica para quem também curte este misto de terror, psicologia e mistério.


O chamado de Cthulhu e outros contos
H.P. Lovecraft
Tradução: Alexandre Barbosa de Souza
Editora Nova Fronteira
2023 - 200 páginas
Contos publicados originalmente no final dos anos de 1800

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Os sofrimentos do jovem Werther



Sinopse: Os sofrimentos do Jovem Werther é definido como um marco na literatura alemã e mundial. Escrito em 1774, foi uma das obras que mais influenciaram os jovens do período. Marcada por uma narração densa, lírica e essencialmente psicológica, a personagem atormentada de Werther tornou-se um modelo de herói pré-romântico. A obra relata a paixão devastadora de Werther pela bela Lotte, com tom confessional e intimista, por meio de cartas, a história é comovente.



Logo de início o autor Johann Wolfgang von Goethe nos diz que coletou com afinco a história do pobre Werther, dando um ar de história real a narrativa que é quase toda contada por cartas do jovem Werther para o seu amigo Wilhelm.

Inicialmente sabemos que ele foi embora, se afastando não só do amigo e de sua mãe, como de uma jovem chamada Leonore que se apaixonou por ele, mas não era correspondida.

A maioria das pessoas trabalha a grande parte do tempo para viver, e o pouco de liberdade que lhes resta lhes aflige tanto que procuram todas as formas para se livrar dela.


Mas na nova cidade é ele, o jovem sensível e idealista, que mesmo tendo sido avisado que conheceria em um baile uma mulher que não poderia se encantar, se apaixona à primeira vista por Lotte, uma jovem bela que cuida de seus irmãos após a morte da mãe, e já comprometida com Albert. 

Aproveitando da ausência inicial de Albert, ele se torna amigo da família de Lotte, o que faz com que os seus sentimentos pela moça aumentarem e gerarem assim um embate entre a razão e a emoção, provocando assim uma grande angústia e o sofrimento indicado no título.

Portanto, aqui não se trata de alguém ser fraco ou forte, mas sim se é capaz de aguentar a dimensão da própria dor?


E tudo se intensifica ao conhecer Albert, um homem mais velho e calmo que o recebe amigavelmente, tornando a sua frustração ainda mais dolorosa.

Tornando a narrativa extremamente impactante para os jovens da época que o livro foi publicado, ao ponto que este clássico é considerado um marco do Romantismo.


A escrita de Johann Wolfgang von Goethe

J.W. Goethe foi um dos mais importantes escritores de língua alemã, sendo uma figura chave do movimento literário conhecido como Romantismo, embora sua obra abranja também o período do Iluminismo e o Classicismo de Weimar. Tendo influenciado diversos escritores e suas obras são lidas e estudadas até os dias atuais.

Em Os sofrimentos do jovem Werther o escritor optou pela narrativa em primeira pessoa através de cartas do personagem principal. Não há respostas do seu amigo Wilhelm, onde o seu retorno fica subentendido nas respostas posteriores do próprio Werther.

Todas as pessoas são decepcionadas por suas esperanças, enganadas por suas expectativas.


Com isso a escrita gira toda em torno do que Werther deseja revelar, alternando entre momentos de euforia e angustia, e como ele enxerga cada acontecimento. Deixando dúbio se a sua paixão proibida seria correspondida ou apenas um desejo seu.

E isso só é quebrado no final, quando uma narrativa em terceira pessoa compartilha com o leitor o caminho final da narrativa e o destino dos personagens.

Quantas vezes desejo rasgar o peito e esmigalhar minha cabeça, em vista do fato de que podemos ser tão pouco para alguém.


No formato, há muito sobre os sentimentos, mas também sobre os locais que ele frequenta, com bastante ênfase na natureza, como se elas pudessem refletir o estado de espírito do personagem. Há também uma mistura de proza e poesia para o compartilhamento dos pensamentos e emoções de Werther.


O que eu achei de Os sofrimentos do jovem Werther

Um livro relativamente curto, mas confesso que achei a escrita cansativa, difícil de engatar. Fiquei me perguntando se não sou uma pessoa romântica, já que a paixão platônica de Werther por Lotte, e as inúmeras descrições citando-a como perfeita me entediaram.

Mas não vamos exagerar, tive bons momentos acordada também. Achei muito interessante as diferenças de tratamento adotadas conforme a classe social das pessoas que ele interagia. Não apenas dele em relação aos outros, mas também da forma que ele era tratado por aqueles que se achavam superiores.

É esse o destino que o senhor fez para o ser humano, de só ser feliz antes de encontrar a razão, ou depois de perdê-la?


Há também críticas a burocracia do sistema governamental na forma de trabalhar, indicando que algumas coisas seguem persistindo após a passagem dos séculos.

Outra abordagem mais delicada que eu gostei é justamente a forma como foi tratada a depressão de Werther, que foi ainda mais acentuada pelo amor não respondido. A dificuldade que o personagem tem de lidar com as dores que afetam a sua alma e as frustrações normais da vida, os pedidos indiretos de ajuda que não encontram entendimento por quem lê a suas cartas, são para mim o que mais pode despertar eco nos jovens que se sentiam perdido no final dos anos de 1700, e também no tempo presente.

A cidade em si é desagradável, mas o seu entorno tem uma inexprimível beleza natural.


E teve um momento em que me indignou profundamente, quando Werther é notificado de uma tentativa de estupro realizada por uma pessoa que ele conhece, e ele começa a dissertar que a violência veio do amor não correspondido que o rapaz sente pela moça. Revelando de certa forma os seus próprios desejos.

Resumidamente achei o livro chato, mas também louco, e sim, bastante reflexivo sobre o comportamento e a mente humana. O que me faz deixar a dica de leitura para quem gosta de clássicos, de livros que abordam o lado psicológico das reações a frustrações, e claro, quem gosta de ler.


Os sofrimentos do jovem Werther
Die Leiden des jungen Werthers
J.W. Goethe
Tradução: Daniel Martineschen
TAG - Experiências Literárias
2022 - 143 páginas
Publicado originalmente em 1774


quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Um caso mortal - Histórias de amor inesperadas da rainha do crime



Sinopse: Nesta coletânea de contos de romances inusitados, Agatha Christie mostra como o amor pode impulsionar as pessoas a diversos tipos de loucuras. A Rainha do Crime te levará a testemunhar o lado obscuro desse sentimento, longe do romantismo e da paixão, em uma trilha intensa de enigmas a serem descobertos. Crimes passionais, jogos sentimentais e relacionamentos (que deram um pouco... errado) serão investigados pelos heroicos e tão queridos detetives Hercule Poirot e Miss Marple, o mestre das charadas Parker Pyne, o misterioso Mr. Quin e o audacioso casal Tommy e Tuppence.



Um caso mortal - Histórias de amor inesperadas da rainha do crime é uma edição especial da TAG experiências literárias, composto de 13 contos, um texto sobre assuntos do coração escrito pela Agatha Christie e a sua biografia. Abaixo um breve resumo de cada conto:


O Rei de Paus: durante um jogo de cartas familiar, uma mulher coberta de sangue invade a casa e grita assassinato antes de desmaiar. Para desvendar o mistério, o famoso Hercule Poirot que não deixa nenhum detalhe escapar entra em cena.

A realidade não é apenas mais estranha que a ficção, é mais dramática.


O rosto de Helena:
em uma ópera Sr. Satterthwaite se encanta pela bela cabeça de uma mulher e acaba se aproximando da mesma, e descobre que ele não é o único a se encantar pela moça.

Morte no Nilo: Parker Pyne está em um luxuoso cruzeiro pelo rio Nilo quando a tranquila viagem de férias é interrompida pela morte de uma herdeira. Personagem não muito simpática, que torna todos a sua volta suspeitos em potencial.

É uma coisa notável quando se pensa nisso, como poucas pessoas têm cabelos que de fato combinam com elas.


Morte por afogamento: uma jovem é encontrada morta em um rio próximo em uma pequena vila inglesa. Todos da comunidade acreditam que o afogamento foi causado pela própria jovem, mas Miss Marple observa detalhes que a fazem acreditar na possibilidade de assassinato.

A pista dupla: um conhecido colecionador de joias tem rubis e esmeraldas furtados. Pistas falsas são deixadas para enganar a polícia, mas não são o suficiente para o detetive Hercule Poirot e seu fiel companheiro, Hastings.

Sofria desde os dezesseis de um problema de dinheiro em excesso.


Uma finesse com o rei: o casal de detetives Tommy e Tuppence tiram uma noite para dançar e se divertir quando sem querer viram testemunhas e investigadores de um assassinato.

Um domingo frutífero: um casal sai de carro para aproveitar o dia, mas o que era para ser um domingo tranquilo, torna-se um quebra-cabeça com vários acontecimentos inesperados e relacionados.

Sua anfitriã tinha temperamento plácido, pouco dada a destemperanças ou aflições. 


O vespeiro: Hercule Poirot resolve visitar um homem para discutir sobre um assassinato que ainda não aconteceu.

O caso da Zeladora: Miss Marple está deprimida por ter que ficar em casa para se curar de uma gripe, é quando seu médico lhe dá uma carta com um intrigante caso, um quebra-cabeça sobre o desaparecimento de uma zeladora.

A seu modo, ele era uma espécie de celebridade, e a vida elegante era sua profissão.


O homem na neblina: Tommy e Tuppence estão decepcionados por não terem solucionado seu último caso quando se deparam com um novo mistério a caminho da estação de trem.

O caso da ricaça: Parker Pyne recebe uma missão inusitada, uma mulher rica e sozinha não sabe mais como gastar o seu dinheiro busca orientação de como fazê-lo em algo que realmente valha a pena.

Todas as esposas que conheço estão ansiosas para sair e dançar, e chorando seus maridos usam pantufas e vão para a cama às 21h30.


Flor de magnólia: uma jovem mulher casada resolve ir embora com o seu amante, mas durante a fuga descobre que o marido foi à falência e as descobertas que virão são totalmente inesperadas.

Os detetives do amor: a morte súbita de um homem rico e solitário identificada inicialmente como natural desperta a intuição de Sr. Satterthwaite sobre as coisas não serem exatamente o que parecem.


A escrita de Agatha Christie

A escritora britânica nascida em 1890 foi responsável pela revolução no gênero policial, tornando Agatha Christie a rainha dos romances do gênero. Em 1920 ela publicou O Misterioso Caso de Styles, seu romance de estreia com detetive belga Hercule Poirot, o primeiro de 66 romances, fora os contos e as peças de teatro. O que a tornaram uma das autoras mais vendidas.

Seu estilo de escrita encanta pelas reviravoltas que surpreendem o leitor, as soluções que ninguém havia imaginado, a personalidade observadora de seus detetives, os locais diversos que mexem com a curiosidade e a escrita que captura da primeira à última página.

Ele agora preferia a lei do menor esforço, seguindo atrás de qualquer carro que estivesse à frente sem pensar sempre que uma escolha de vias se apresentasse.


O que torna a coletânea de contos Um caso mortal - Histórias de amor inesperadas da rainha do crime uma espécie de amostra com vários de seus conhecidos detetives, quase um convite para as novas gerações descobrirem mais de sua obra e uma forma de lembrar os já leitores que as obras da rainha são atemporais.


O que eu achei de Um caso mortal - Histórias de amor inesperadas da rainha do crime

Eu particularmente gosto de romances policiais, e embora não tenha começado no gênero pelos livros da Agatha Christie, sempre que posso ler algum de seus livros já sei que a diversão com o quebra-cabeça literário é diversão garantida.

Mas confesso que não foi algo que encontrei na coletânea de contos. Por serem histórias bem curtinhas, não há informações suficientes para criar teorias ou pensar quais peças se encaixam, pois em um piscar de olhos o caso já foi solucionado.

Em um minuto, uma expressão de absoluto espanto surgiu em seu rosto, pois a figura engomada que subia o caminho era a última que ele esperava ver nesta parte do mundo.


O interessante dele aqui está na visão que se tem dos relacionamentos, sejam sociais, sejam amorosos, sejam de casal, ou de comunidade. Pois se tem um desenho tanto das famílias abastadas, com algumas críticas sutis e outras mais diretas, como de comunidades do interior fechadas a estrangeiros.

E nestes ambientes ocorrem intrigas, obsessões, desejo de vingança, traições, cumplicidades, dias inusitados e questionamentos existenciais.

Não consigo deixar de pensar o quão melhor teria sido se eu simplesmente tivesse morrido.


Tornando a leitura leve e fácil, que combina tanto com chocolate quente no inverno como com areia de praia no verão. Ficando a dica de leitura para quem gosta de livros que ajudam a desopilar nas férias ou para intercalar após uma narrativa especialmente difícil.


Um caso mortal - Histórias de amor inesperadas da rainha do crime
A Deadly Affair
Agatha Christie
Tradução: Samir Machado de Machado, Jim Anotsu, Petê Rissatti
TAG - Harper Collins
2022 - 271 páginas
Contos escritos entre os anos de 1923 e 1942.