Philip Roth - premiado por diversas de suas obras como Pastoral Americana(1997), em que ganhou o Pulizer Prize, a National Medal of Arts(1998) e a mais alta premiação da American Academy of Arts and Letters, a Gold Medal for Fiction (2002); e Complô contra a América, que foi premiado como o melhor romance histórico de tema americano, pela Society of American Historians em 2005 - recebeu mais três premiações, desta vez por O Homem Comum: o PEN Nabokov Award (2006), o PEN Saul Below Award (2007) e o PEN Faulkner Award.
Na obra, O HOMEM COMUM, deste renomado autor da literatura americana, encontramos uma profunda e tocante reflexão sobre a vida e a luta pela sobrevivência, construída partir das memórias do personagem sem nome, um homem comum, que tantas vezes enfrentou a morte.
Na retomada das lembranças passadas, por meio de um exercício mental do personagem, que faz um balanço da própria vida e das dificuldades que enfrentou, o autor nos leva pensar sobre questões que podem acometer a todos nós. Isso se dá, por exemplo, quando ele discorre sobre os problemas cardíacos do personagem principal ou de saúde dos seus vizinhos de condomínio, a dificuldade de envelhecer e não mais conseguir fazer o que fazia antes, os laços construídos ao longo da vida, para depois morrer doente e sozinho.
Utilizando-se de uma narrativa retrospectiva, que foca diversas passagens da vida do personagem, para frente e para trás, como o movimento de uma câmera, permite-nos viajar nas mesmas preocupações e anseios que acometem o protagonista, na luta pela sobrevivência, após já estar aposentado e morando sozinho, em um condomínio de aposentados: a solidão, o medo da morte, o arrependimento por erros cometidos, a angústia e a culpa por achar que é tarde demais para corrigi-los.
O leitor vê-se plenamente familiarizado com os conflitos psicológicos e físicos enfrentados pelos idosos, caracterizados pela luta contra a dor, a doença e o próprio corpo, que não acompanha seus desejos e a juventude de seus cérebros, o que pode causar grande desconforto, dada a percepção da própria finitude.
O horror do personagem de ver morrer os amigos, também de idade, à sua volta, faz com que se questione quando será a sua vez e traduz todo o emaranhado de sentimentos e dúvidas quanto a vontade de viver e o preço a pagar, quando não se tem saúde. Lutar por mais um dia ou resignar-se?
Uma história que emociona, pelo realismo de suas cenas. Até os mais jovens vêem-se forçados a fazer um balanço de suas vidas, refletindo sobre o seu próprio processo de envelhecimento e morte e o de seus pais. Chega-se a certeza de que ninguém está preparado para envelhecer, muito menos para morrer.
Quando isso acontece, abandona-se tudo sem resolver. Mal entendidos ficam sem esclarecimentos; brigas, sem reconciliação; e o doloroso arrependimento, de parte dos que sobram, por não ter corrigido os erros no tempo certo. Somos obrigados a deixar tudo como está, arrumado ou de pernas para o ar, não dá tempo de fazer as malas. A única coisa que levamos são os laços que formamos com as pessoas, por meio das quais poderemos ou não nos perpetuar.
Homem Comum, foi a primeira obra de Philip Roth que li. Fiquei fascinada. Tanto, que fui atrás de outros livros do autor.
ResponderExcluirLi teu texto, Angela, e fiquei pensando que impressionar pelo fantástico, pelo inusitado, parece uma maneira mais mais acessível (simples não seria a palavra correta) de cativar o leitor. Mas impressionar pelo óbvio requer muito mais habilidade, técnica literária. O que é o caso deste livro, me parece.
ResponderExcluirMas pensei também que teu texto evidenciou um paradoxo interessante: "O homem comum" foi escrito por um homem incomum, em certo sentido, consideradas todas as suas premiações. Não que isso signifique muito, mas é interessante de se pensar, saltou-me aos olhos.
Nisso entra a questão da técnica, à qual me referi. Porque para ser tão premiado, o relato sobre um homem comum deve ter sido muito bem constituído. Mas para poder conferir isso de perto, preciso ler o livro.
E é o que vou fazer.
Eu quero ese livro.
ResponderExcluirMais aquí, no meu pais, "e um lio",porque e muito dificil conseguir livros em portugues u outros lenguas.
:(