terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os Espiões




“Formei-me em Letras e na bebida busco esquecer”. É com esta frase que Luís Fernando Veríssimo começa Espiões, lançado em 2009 pelo selo Alfaguara da Editora Objetiva. A irreverência, característica forte do autor, já pode ser vista logo na capa: um espião muito mal disfarçado atrás de um poste. Traduz, com efeito, a história de espionagem parodiada e que ao mesmo tempo mostra  a imagem de um espião real, que vive fora dos filmes e dentro de uma história tragicômica no interior do Rio Grande do Sul.

Tudo começa quando o personagem principal, funcionário de uma pequena editora de Porto Alegre, passa a receber os originais de uma misteriosa mulher chamada Ariadne. Como ela promete o suicídio após o término do relato de suas peripécias com o amante, ele sente que deve ajudá-la e ruma à cidadezinha de Frondosa. Completamente envolvido com a mulher que não conhece, o personagem passa a ser o aguardado herói. Em suas peripécias, conta com o auxílio de figuras como o colega de serviço Dubin e o professor Fortuna - que nem sequer é professor.

Muito focado na narrativa, Veríssimo se confunde com o personagem sem nome. Impossível não pensar no autor quando nos deparamos com as falas cômicas e irônicas de nosso espião. Característico do autor- cronista, o livro é de escrita direta e simples, mas nem por isso menos envolvente, e genial. É sempre revelador ler sobre as peripécias saídas da cabeça de um escritor que sabe reunir, como ninguém, humor e inteligência.

Um comentário:

  1. Eu detestei este livro. Pra dizer a verdade, gostei só da capa. Prefiro o Verissimo como cronista.

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