domingo, 7 de novembro de 2010

No Caminho de Swann

“E dizer que desperdicei anos da minha vida, que desejei morrer, que vivi o meu maior amor, por uma mulher que não me agradava, que não fazia o meu tipo!”.

A frase de Swann, pra mim, traduz os sentimentos e sensações que tive durante a leitura, que basicamente se dividiu entre tédio e encanto. Um retrato da ansiedade e obsessão humana: “No Caminho de Swann” os personagens parecem viver este ciclo permanentemente, seja através do homem cujo nome é evocado logo no título, seja pelo narrador, um menino-homem-velho, que mistura os seus pequenos dramas as histórias que conta.

Primeiro livro de uma série de sete, este é considerado o mais biográfico de Marcel Proust, onde locais, lembranças e a sua própria saúde frágil na infância são citados pelo narrador, um menino que necessita de cuidados e passa suas férias em uma aldeia, onde dilemas como um beijo maternal de boa-noite e uma menina o agitam mais do que o normal.

Dividido em três partes, a história trás diferentes personalidades, onde diferentes tipos de moral, fidelidade e amizade são descritos por figuras ora refinadas, ora misteriosas, ora escandalosas. Como não poderia deixar de ser, envolvidas pelo amor (seja materno, carnal ou platônico) e naturalmente, pelo preconceito.

Um retrato peculiar da sociedade burguesa, onde mesmo a diferença de tempo nos permite observar algumas origens do comportamento atual da humanidade e até mesmo analisar nossas opiniões frente aos comportamentos representados.

3 comentários:

  1. O Proust fica mesmo entre o céu e inferno, entre um bocejo e um brilho nos olhos.

    Mas é fantástico, é único, delicioso.

    Abraços.

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  2. Vc falou tudo A. Marques, e creio que essa mistura de sensações e sentimentos (e ações) do leitor que o tornam sua leitura mais do que indicada.

    []'s

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  3. Bem, confesso que até hoje não li nenhuma obra do Proust. Adoro fluxo de consciência e sei que os livros dele são repletos de. Qualquer hora encaro a série.

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