terça-feira, 20 de março de 2012

Coisas Frágeis

Ao pensar nos nove contos de Neil Gaiman a primeira palavra que me vem à mente é: estranho. Mesmo passados alguns dias após o término da leitura, ainda não sei se gosto ou desgosto.

A escrita é rápida, algumas vezes subentendidas, outras escandalosamente diretas. Mas uma coisa é certa: não é leitura para quem gosta de histórias bonitinhas, mas também não chega a surpreender fãs de contos fantásticos em algumas de suas histórias.

Meu conto favorito foi “A Vez de Outubro”, ao relatar a decisão do filho caçula ao se sentir inferior aos seus irmãos mais velhos. O que parecia uma birra de pré-adolescente, mostra o quanto às comparações podem influenciar nos caminhos de quem não tem força para lutar contra.

A ironia, na minha opinião, ficou no conto “O Pássaro-do-Sol”, onde o desejo pelo diferente parece uma maldição que atinge gerações das mesmas famílias. Já o “Monarca do Vale” coloca ação, mitologia e uma certa lição de moral.

Categorizei como viagem total o conto “Como Conversar com Garotas em Festas”, cujo conto me vez lembrar o filme “O Ataque dos Tomates Assassinos” devido ao vazio que senti durante a leitura.

No sentido de despertar a curiosidade, ficou “O Problema de Susan”, que me vez desejar ler As Crônicas de Nárnia, já que só vi os filmes, e a indignação do autor foi tamanha que o fez escrever uma história sobre uma das personagens principais.

E um conto que eu realmente não gostei foi “Um Estudo em Esmeralda” na qual o propósito era escrever algo que misturasse Sherlock Holmes e H.P. Lovecraft, mas na minha opinião ficou parecendo uma imitação barata do estilo Holmes.

Não vou entrar em detalhes nos demais contos, pois estes resumem o meu sentimento geral de gostar e desgostar. Se alguém leu e amou, não se ofenda, pois livros são como aquele velho queijo degustado por aquela velha senhora: uma questão de gosto.

Coisas Frágeis
Neil Gaiman
Tradução: Michele Aguiar Vartuli
Editora Conrad
2010
205 Páginas

Um comentário:

  1. Tem contos muito ruins ai dentro.
    Na verdade, eu sempre achei que ele não sabia o que fazer com todas essas historias, dai ele juntou tudo e colocou em um livro.

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