Em 1957 o
Dr. Andrew Jordan não vê melhoras em uma paciente e joga toda a sua frustação
em uma jovem representante farmacêutica. Ao contrário de se intimidar, Celia de
Grey vai me busca de um remédio que o auxilie. O que resultou em um verdadeiro
milagre e em um casamento.
Celia de
Grey é uma mulher inteligente e ambiciosa, e através da sua personagem o autor
Arthur Hailey passa por diversos cargos e situações da indústria farmacêutica no
período de 1957 a 1985, ao mesmo tempo em que mostra a luta da mulher para
assumir cargos antes considerados masculinos.
De
representante até presidente, Celia irá se deparar com remédios milagrosos,
liberações questionáveis, processos, efeitos colaterais, lucro e sucesso. Todos
itens comuns nos bastidores de uma das áreas que lidam com a vida e a morte, a
tranquilidade e a dor.
Seu marido
mostra um pouco do relacionamento dos médicos com essas drogas de fácil acesso,
onde não raro um doutor acaba se tornando viciado em algum tipo de droga, visto
que as mesmas são distribuídas de forma indiscriminada. É dele também o lado
sensível de apoiar uma mulher que está em constante busca pelo crescimento
profissional e quando chega ao posto máximo enfrenta diversas dificuldades.
Para os que
criam novas fórmulas, o grande inimigo é a AAA, responsável pela aprovação dos
medicamentos que vão para o mercado. Odiada pelos pesquisadores dos
laboratórios, os diálogos com os seus representantes são frios e diretos. Assim
como a busca de burlar ou forçar o sistema.
Um dos
dramas da história é o medicamento Montayne, um medicamento francês cujo presidente
do laboratório de Celia adquire os direitos. Seu uso é destinado a combater o
enjoo de gestantes, sendo uma promessa de muito lucro. Quando o medicamento é
aprovado na França, Celia não se sente confortável, lembrando-se do medicamento
da chamada geração talidomida, que gerou nas décadas de 50 e 60 milhares
de bebês com defeitos congênitos. Mas ela cede ao entusiasmo e com a aprovação,
mas ao ler notícias ao redor do mundo e tentar alertar, vê o seu aviso
recusado, sendo obrigada a ter parte em algo com efeitos devastadores para
famílias e para o laboratório que trabalha.
Uma história
envolvente, que fica na memória do leitor mesmo depois de fechar a última
página. Mesmo sendo muito atual, só é encontrado em sebos, fazendo valer uma
pequena pesquisa.
Remédio
Amargo (Strong Medicine)
Arthur
Hailey
Tradução
A.B. Pinheiro Lemos
Editora
Record
1984 – 486 páginas
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