domingo, 10 de fevereiro de 2013

79 Park Avenue



Antes de iniciar a leitura, já é possível saber que Maryann Flood comanda uma rede de prostituição e por isso é ré de um caso onde o promotor é Mike Keys, um homem com quem já manteve um relacionamento amoroso.

Mas só ao folhear as páginas iremos nos deparar com os jovens Marja e Mike. Ela, desde nova é sedutora, mesmo na adolescência, é impossível aos homens de todas as idades não a olharem e pensarem logo em sexo. E Marja sabe usar isso, de maneira vulgar e barata. Só que esse conjunto cobra um preço alto da personagem que é estuprada pelo padrasto e acaba indo para o reformatório ao se vingar.

Já Mike é um rapaz esforçado, que trabalha desde jovem, mas comete o erro de se apaixonar por Marja. Algo que só irá lhe trazer sofrimento e encrenca conforme suas vidas vão se cruzando, não permitindo que ele esqueça o amor pela bela loira, e os poucos momentos que compartilham, servem para marca-lo como uma tatuagem.

Enquanto Marja utiliza o seu corpo para a prostituição e mais tarde para se tornar chefe de uma das redes de negócios dos gangsters de Nova York, Mike envereda para a justiça, buscando o seu lugar na promotoria.

Ao misturar violência, sexo e amor, Harold Robbins cria uma história fascinante do submundo da prostituição. Utilizando duas narrativas, primeira pessoa para Mike e terceira para Marja, consegue passar ao leitor o aspecto encantador de Mike e a aparência fria de Marja, dando aproximação e distanciamento conforme os personagens, cuja caminhada sempre busca valores opostos e a única coisa em comum é o amor que sentem um pelo outro.

Uma história envolvente e rápida de ler. Com algumas cenas mais fortes, não é um livro para se torcer por um final feliz, e sim para acompanhar, como ocorre na vida real, a mudança de rumo a cada ação ou escolha dos personagens envolvidos.

79 Park Avenue
Harold Robbins
Tradução: Nelson Rodrigues
Editora Record
1983 – 307 páginas

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