Primeiro
aviso para quem começou a ler essa resenha: se você ainda não embarcou nesta
história, leia a resenha do primeiro livro aqui e o próprio antes de ver a opinião do segundo, para não se deparar com spoiler.
A Menina
que Brincava com Fogo começa dois anos depois da aventura de Mikael e Lisbeth.
Mikael está diante de um novo livro polêmico, escrito pelo jovem Dag Svensson,
cuja base é a tese de doutorado da sua namorada Mia. Uma bomba que lista o nome
de juízes, policiais, jornalistas e outros criminosos envolvidos com crimes
sexuais envolvendo menores que são estupradas e às vezes, assassinadas.
Lisbeth
ainda não perdoou o fato de Mikael viver tendo casos com várias mulheres,
embora ele nem imagine que ela o veja como algo mais do que um amigo. Apesar de
evitar o seu encontro (mas continue a monitorar o seu computador), seu visual, assim
como a sua conta bancária, não é mais o mesmo, silicones aparecem no lugar de
tatuagens. Uma nova mulher está prestes a começar a aparecer, quando o nome Zala
muda tudo.
No segundo
volume da trilogia Millenium, Stieg Larsson nos faz passar boa parte do livro
procurando por Lisbeth e outra desvendando sua história, quando todo o mal é
finalmente revelado aos que estão presos as páginas deste livro. Acusada de
triplo homicídio, deixa o leitor com a pulga atrás da orelha enquanto o seu
passado passa a ser revirado, deixando-o tão perdido e preocupado quanto o Super-Blomkvist,
e cabe a nós decidirmos se estamos ao lado de seus poucos amigos ou se caímos
em uma rede de desconfiança.
Colocada
na berlinda por desafetos, sua imagem é ainda mais deturpada pela imprensa. Mas
o que realmente vai machucar Salander é ver pessoas que ela gosta serem
machucadas pelo que julga sua culpa, o que a faz alternar entre caça e
caçadora.
Se no
primeiro livro Mikael estava na berlinda, agora descobrimos que Lisbeth é muito
mais do que uma hacker maluca, e sim um perigo a segurança nacional. Alguém com
mãe e irmã. Que desde cedo aprendeu a odiar os homens que não amam as mulheres.
Uma mulher baixinha e franzina que sabe se defender como poucos.
Uma
história envolvente, ainda melhor do que a primeira, que faz o leitor fechar a
última página ansioso pela primeira do próximo volume.
A Menina Que Brincava com Fogo - Millennium 2
Stieg Larsson
Tradução: Dorothée de Bruchard
Companhia das Letras
2006 -607 páginas
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