Alerta: Esta resenha possui spoilers.
A Batalha de Água Negra teve dois perdedores: Stannis Baratheon que não obteve a vitória prometida pela Mulher Vermelha e Tyrion Lannister, que após a tentativa de assassinato vê o pai assumir como mão do rei e acaba jogado em um canto qualquer.
Como ocorreu no primeiro livro, a história começa devagar, situando onde cada um dos narradores se encontra o que torna a leitura cansativa, já que o livro três contém mais de oitocentas páginas.
Os sobreviventes da família Stark estão distribuídos pelos sete reinos, a ponto do pequeno Rickon sumir da narrativa. Quem parece perdida é a jovem Daenerys Targaryen, cuja juventude fica muito mais nítida nas páginas do que na tela. Já Stannis Baratheon segue ainda mais obsessivo pelo trono, utilizando-se de qualquer meio e promessas. Assim como a rainha Cersei segue jogando conforme suas regras, e perdendo a razão quando os demais não seguem o roteiro por ela imaginado.
A emoção começa com o primeiro casamento, o chamado Casamento Vermelho. Os capítulos curtos e a troca de narradores ditam o ritmo da respiração do leitor. Como uma pulga você vai pulando para todos os pontos até o desfecho final.
Refletindo a vida real, a luta pelo poder não tem pudor ou ética, laço de sangue ou humanidade. E curiosamente fica cada vez mais claro o quanto isto cega os governantes enquanto o verdadeiro inimigo se aproxima.
Nas relações humanas, a inveja entre mulheres está fortemente representada por Lysa, irmã de Catelyn Stark, uma mulher movida por um antigo amor da adolescência. A relação pai e filhos, comparações e diferenças, são muito bem representados por Tywin Lannister, os gêmeos Jaime e Cersei e o caçula Tyrion. Com exceção de Jaime, Tywin domina o destino dos outros filhos, e não esconde o desprezo por Tyrion pelo fato de ele ser anão, usando das formas mais sórdidas para atingi-lo.
A parte mágica está mais forte, novos personagens surgem para desafiar a lógica, e os dragões não são mais a única coisa surpreendente.
E se você tem medo de casamento, descobrirá que nos sete reinos está decisão pode ser muito perigosa. Sendo ela a responsável pelo extermínio de personagens tão utilizado pelo autor em todos os livros da série.
Da mesma forma que ocorreu com o primeiro, por mais demorado que tenha sido pra completar a leitura, o desejo de ler o livro quatro segue forte. Então aguardem, pois com certeza sua resenha irá aparecer por aqui.
Para quem está acompanhando a série pela HBO, neste volume senti as maiores diferenças na história, confirmando o que já é publicado em sites de cada meio ter um rumo distinto, pelo menos para alguns personagens.
A Tormenta de Espadas - As Crônicas de Gelo e Fogo
A Storm of Swords
Livro Três
George R.R. Martin
Tradução: Jorge Candeias
Editora Leya
2011- 880 páginas
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