domingo, 13 de junho de 2010

Resistência

Logo após o término da guerra, Agnes Humbert publicou o seu diário relatando acontecimentos do período de 7 de junho de 1940 a janeiro de 1946. Participante do grupo que escrevia, imprimia e divulgava o jornal Résistance, a autora nos mostra mais uma face da segunda guerra mundial.

Resistência inicia na invasão da bela Paris, passando pelas mudanças no cotidiano, o extermínio de livros, a criação de grupos que passaram a protestar através de jornais ilegais até chegar aos interrogatórios, torturas, fuzilamentos e trabalhos forçados. Mas ao contrário do que se possa imaginar, o livro não é trágico. Sua autora, com inteligência e ironia, consegue narrar os fatos daquela época de forma direta, às vezes debochada, mas sem nunca carregar no sentimentalismo.

Por isso é possível sentir a dor de cada perda, a angústia da saudade e a raiva por tamanha maldade, ao mesmo tempo em que se pode admirar Agnes Humbert por ter enfrentado aquele período de olhos bem abertos e cheios de expectativas.
Outro diferencial do livro é o fato de contar a história de uma não judia, mas de uma prisioneira de guerra que passa por humilhações, assim como suas companheiras de diversas nacionalidades. Seu enfoque em um mundo feminino é quase um tributo ao chamado sexo frágil, que em situações extremas mostra a sua força, sua inteligência e sua capacidade de superação. Tornando Resistência mais do que uma história autobiográfica, mas algo para guardarmos em nossas mentes e corações.


2 comentários:

  1. Confesso que não e meu estilo de livro, mas tua resenha conseguiu com que eu me interessasse pela obra.

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  2. Oi Kelli,

    Creio que você vá gostar desse livro, até pq, de certa forma, ele trata do próprio jornalismo em situações extremas.

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