domingo, 16 de janeiro de 2011

Angústia

Luís da Silva se divide entre escrever artigos encomendados e o de servidor burocrático. Suas atividades tediosas, somado ao local pobre em que vive, pouco a pouco vão mexendo com a sua mente e com a de quem acompanha a sua rotina.

O estopim para sua obsessão, que leva a alucinações e uma síndrome do pânico até chegar a loucura total, ocorre no momento em que a sua vizinha, com quem pretendia se casar, o troca por um homem cuja qualidade das roupas e as atitudes refinadas revelam uma situação financeira melhor que a sua.

A crítica ao governo e as situações vividas pela sociedade estão constantemente presentes na narrativa que conta, em um texto corrido e sem capítulos, o dia-a-dia do personagem principal.

Coincidentemente, Graciliano Ramos, autor da obra, foi preso no mesmo ano de publicação de Angústia (1936), sob acusação de subversão comunista pelo governo de Getúlio Vargas.

A forma direta, os assuntos atuais, ainda palpitam na obra, levando ao leitor a cada página compartilhar com o personagem um aperto no peito e ao fechar o livro sentir-se angustiado com o desfecho de Luís da Silva.

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