Para contar os primeiros anos do século XX, o autor E.L. Doctorow escolhe um gênero das comunidades afro-americanas para dar o ritmo a narrativa. Nunca ouvi músicas deste estilo, mas a história possui um ritmo constante, pontuada por alguns momentos de mais emoção, até chegar ao momento chave e virar espuma na beira do mar.
Ragtime mistura pessoas comuns (a maioria sem nome, indicando que poderia ser qualquer um) com personagens históricos como Henry Ford e Harry Houdini, que direto ou indiretamente interagem e se misturam a essa ficção dividida em quatro partes.
Na Nova York de 1902 vivem famílias de brancos, representada por uma família típica onde o pai era dono de uma fábrica de apetrechos patrióticos. Vivem imigrantes europeus buscando uma vida melhor e encontrando miséria e olhares desconfiados da polícia, e aqui temos uma família de judeus. E como o livro é um ritmo afro-americano, temos os negros representados por uma jovem que tenta abandonar o filho e acaba sendo acolhida pela mãe da família de brancos e seu noivo, um músico de ragtime cheio de classe que desperta a ira e inveja de outros brancos do bairro.
Traições, assassinatos, racismo e mudanças dão o toque a essa história fluída, fácil de ser devorada enquanto o leitor descobre que o início do sonho americano não era doce. Não existe um aprofundamento no psicológico dos personagens, mas sim dos fatos que descrevem como era a sociedade no início do século XX. Resumindo: Ação e Reação em anos de muita dificuldade, mas também de oportunidades.
Ragtime
E.L. Doctorow
Tradução A. Weissenberg
Editora Record
Edição TAG
1974 – 336 páginas
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