terça-feira, 16 de novembro de 2021

Última Parada



Sinopse: Aos vinte e três anos, August Landry tem uma visão bastante cética sobre a vida. Quando se muda para Nova York e passa a dividir um apartamento com as pessoas mais excêntricas - e encantadoras - que já conheceu, tudo o que quer é construir um futuro sólido e sem surpresas, diferente da vida que teve com a mãe. Até que Jane aparece. No vagão do metrô, em um dia que tinha tudo para ser um fracasso, August dá de cara com uma garota de jaqueta de couro e jeans rasgado sorrindo para ela. As duas passam a se encontrar o tempo todo e logo se envolvem, mas há um pequeno detalhe: Jane pertence, na verdade, aos anos 70 e está perdida no tempo - mais especificamente naquela linha do metrô, de onde nunca consegue sair.

No mês de outubro/21 recebi pela minha assinatura da TAG Inéditos o livro Última Parada, livro norte americano escrito por Casey McQuiston. O brinde foi uma nécessaire pequena.

August é uma jovem adulta criada por uma mãe solo e cresceu sendo orientada para não depender de ninguém. Ela passou grande parte da vida auxiliando na busca pelo tio desaparecido, ao qual a mãe busca informações frequentemente com a polícia que ignora o caso.

Neta de uma família rica, ela não possui contato com os avós, tendo como único laço de sangue a figura materna, ao qual possui uma relação bem conturbada.


O lugar é assim: um misto de familiar e completamente estranho.


Confusa sobre que profissão seguir, já trocou de curso universitário diversas vezes, e nesta busca sobre si, vai parar em Nova York, onde responde um anúncio interessada em alugar um quarto, e mais do que um teto, ela vai encontrar pela primeira vez amigos.

Para complementar a mudança, ela acaba se apaixonando por uma outra jovem no metrô, após esta lhe dar um cachecol para auxilia-la a esconder as manchas do banho de café recém tomado. Seu nome é Jane e ela parece irradiar simpatia.


Foram vinte e três anos de passagem, tocando tijolo após tijolo, sem nunca sentir um laço permanente.


Só que o seu conhecimento de detetive, que ela tanto despreza, logo se demonstrará útil, ao constatar que Jane está sempre com as mesmas roupas e na mesma linha, independente do horário. O que faz surgir a dúvida: o que Jane é?

Em a Última Parada Casey McQuiston utiliza personagens que em sua maioria pertencem a comunidade LGBTQIAP+, mostrando diversos perfis em sua narrativa em terceira pessoa.


A parte dela que diz: não confie em ninguém, muito menos naqueles que tentam entrar nas câmaras de seu coração.


A premissa da história é bacana, mas a mistura de casos de família com 50 tons de cinza tornou o enredo extremamente enfadonho, e foi só pela curiosidade em saber o que iria acontecer com Jane que me fizeram terminar a leitura.

Para começar existe uma mistura de assuntos que poderiam ser bem mais explorados e passam superficialmente pela história, como relações familiares, o preconceito ao descobrir que alguém não é o que uma pessoa conservadora espera – principalmente quando se trata na relação pais e filhos-, as dificuldades em se relacionar, as dúvidas que assolam quem não consegue se encontrar, o desaparecimento de uma pessoa amada e claro a viajante do passado.


É fácil saber quem você é quando se toma a decisão um dia e nunca mais muda de ideia.


Somado a isso a protagonista August parece ter muito mais treze anos do que vinte e três, perdida e sem rumo, parece não ter foco nem responsabilidade na vida. Jogando tudo na conta de sua mãe, como uma criança birrenta que vive em volta do próprio umbigo.

Aliás, se não fosse August, o livro poderia ser bem melhor. A turma do edifício onde ela aluga o quarto é muito divertida, e os diálogos entre eles garantem momentos de descontração. E tem a lanchonete cheia de histórias no bairro, ao qual a turma se reúne para comer e colocar o papo em dia.


Só sabia que era diferente, e eu e meu pai brigávamos, e minha mãe chorava, e eu me sentia um lixo o tempo todo.


O que já me fez pensar que quem deveria ter encontrado Jane no metrô era o Niko, que é médium, e assim a turma do prédio e da lanchonete poderia ter juntado as peças para desvendar o mistério... sim, eu sei, estou reescrevendo a história. Mas de fato pra mim eles são a melhor parte da narrativa.

Aliás, adorei as festas que eles organizam, e em meio a pandemia, deu mais vontade de sair para dançar em um lugar com música boa e gente alto-astral, assistir aos shows das drags curtindo um drink gelado e espetacular.

Falando em música, são inúmeras as referências musicais dos anos 70, o que pode gerar uma playlist surpreendente para quem gosta de ler escutando música.


Tenho que lidar com as escolhas que fiz, e não tenho como consertar.


Outro ponto positivo são que alguns fatos relacionados são reais, como o incêndio em uma boate gay, que ocasionou em várias mortes, e o apagão em Nova York, que deixou a cidade às escuras.

E antes que venham me jogar pedras alegando que o meu não gostar seria relacionado a algum preconceito, informo que mesmo que o casal fosse hétero eu teria literaturado o livro, da mesma forma que literaturei o já mencionado 50 tons de cinza.


"Às vezes a gente tem que sentir certa coisas justamente porque elas merecem ser sentidas."


E uma das razões é que quando estava prestes a abandona-lo eu apliquei a leitura dinâmica no mesmo, pulando diversas páginas, e ao retornar a leitura não havia me perdido em nada, procedimento que fui adotando durante o resto da leitura e mesmo assim levei cinco dias para finalizar. O que demonstra uma escrita arrastada, ou como dizem na minha terra, com muita encheção de linguiça e pouco conteúdo.

Mas como eu acredito naquele antigo ditado popular que afirma que gosto não se discute, pode ser que você tenha uma opinião completamente diferente da minha. E por isso deixo aqui como dica de leitura, principalmente para quem busca personagens LGBTQIAP+ como principais, curte as referências aos anos 70, adora cenas detalhadas e demoradas de pegação e claro, quer brincar de detetive para descobrir se Jane é um fantasma ou a versão literária de Marty McFly em De Volta para o Futuro


Última Parada
One Last Stop
Casey McQuiston
Tradução: Guilherme Miranda
Tag Inéditos - Seguinte
2021 - 395 páginas

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8 comentários:

  1. O livro aborda um tema importante, que mexe com opiniões diferentes, confesso que fiquei bastante curiosa pelo livro, bjs.

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  2. Oi
    Eu adorei 🙂 a história é bem interessante, ainda não conhecia o trabalho do autor

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  3. Que legal essa história e a frase verdadeira algumas coisas precisam ser sentidas porque precisam ser sentidas
    Abraços,
    Alécia, do Blog Arrojada Mix

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  4. Achei bem interessante o livro, já anotei aqui, quero ler!

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  5. Gosto de temáticas diversa, ainda não li nada nesta linha , mais achei um proposta bem curiosa.

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  6. Olá?
    Já conheço essa indicação vi no "portalpopline" .. eu fiquei apaixonada pela Capa do Livro, e pela resenha que li. Eu vi que você falou do que se trata o misterio, pior q eu ja sei hahaha

    Tou com um monte de indicação, e para mim no momento esta compensando ler E-books ;/

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  7. Eu achei longo a leitura do livro e aparentemente me parece ter um enredo interessante.Fica aí uma boa dica de leitura.

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  8. Olá, tudo bem?

    Uma pena que o enredo tenha se tornado enfadonho em determinado momento para você. Eu estou com muita vontade de ler a obra, por conta de adorar a escrita da autora, que sempre foi gostosa pra mim. O fato de trazer personagens LGBTQIAP+ também me anima demais. Gostei de conferir sua opinião, e mesmo não gostando tanto, eu quero conferir.

    Beijos!

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