segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Disque T para titias



Sinopse: Um assassinato (acidental). Um casamento com dois mil convidados. Três gerações de uma família sino-indonésia nos Estados Unidos. E as tias mais intrometidas do mundo prontas para salvar o dia.

A mãe de Meddelin Chan deseja que a filha arrume um namorado, sem saber que a moça não esqueceu o grande amor que havia conhecido na universidade, e nunca apresentado para a família. 

Para resolver a questão, ela se cadastra em um aplicativo de encontros e se passando pela filha, marca um encontro as cegas. Mas a confusão com o idioma inglês faz com que as conversas não sejam nada inocentes. Quando a verdadeira Meddy é convencida a conhecer o pretendente, é assediada, e na tentativa de se defender, um acidente automotivo ocorre.

Mas a maldição não apenas as encontrou, como sofreu uma mutação. Em vez de matar os homens da família, fez com que eles as abandonassem, o que é muito pior.


Mas ao invés de chamar a polícia ou levar o cara para um hospital, ela liga para a mãe, que por consequência chama as suas tias. E assim as cinco que possuem a tarefa de organizar um grande casamento em um resort no dia seguinte, ganham a tarefa extra de se livrar de um corpo.

Mas ao chegar no local do casamento, ela se depara com o seu grande amor e um grupo de padrinhos e madrinhas um tanto agitados, tornando o seu dia longe de fácil.

Há barulho em todo canto, uma cacofonia de mandarim e cantonês.


Com isso uma sequência de cenas que vão do romântico, passando pelo total absurdo com pitadas engraçadinhas recheiam as páginas em um livro leve e de fácil leitura.


A escrita de Jesse Q. Sutanto

A escritora indonésia Jesse Q. Sutanto já informa nas páginas iniciais que o livro é uma carta de amor para a família dela, e conta brevemente a história de imigração que iniciou com os seus avós saindo da China e foi o princípio de uma confusão de idiomas de uma família trilíngue, representada pela personagem principal, sua mãe e suas tias no decorrer da história. 

Utilizando a narrativa em primeira pessoa, a autora nos coloca no olhar da personagem principal Maddelin Chain, ou simplesmente Meddy. Dividido em três partes, na primeira parte há um vai e vem entre passado e presente, até se estabelecer somente no tempo presente nos demais.

Ele abre aquele sorriso, aquele que quase faz seus olhos se fecharem. Aquele que me dá vontade de vomitar.


Usando de base um fato absurdo, Jesse Q. Sutanto compartilha através da sua história os laços familiares, sentimento de culpa que influenciavam nas decisões da personagem, o tratamento dado aos imigrantes, as diferenças culturais dando com pessoas externas ou dentro de casa, entre outros assuntos abordados.

E na sequência que mistura cenas que ficam entre o sem noção e absurdo com toque cômico, tornando o livro leve e fácil de percorrer suas páginas.


O que eu achei de Disque T para titias

Disque T para titias é uma comédia romântica com uma base inusitada, sendo que a parte do romance fica com a personagem principal Meddy reencontrando o seu ex-namorado e a comédia por conta da mãe e das tias. Do uso dos emojis as situações mais sem noção, existem momentos que é quase impossível não rir.

No geral achei um livro leve e despretensioso. Tem um momento de reflexão como quando aborda o preconceito por imigrantes (vocês são todos iguais), até chegar nos dilemas de quem deseja buscar a própria independência e ao mesmo tempo vive sob as asas da proteção familiar. Pois as vezes é mais fácil seguir ordens, mesmo tendo que conviver com a necessidade de aprovação constante. 

Minha mente está entrando em curto-circuito, tentando pensar em uma solução no meio dessa bagunça.


Além disso tem a utilização de estereótipos como o delegado típico de filmes americanos e o próprio noivo, ao qual o plot twist me pareceu meio estranho, mas nada tão estranho para se dizer que seria impossível de acontecer.

Mas definitivamente para mim as grandes estrelas são as mulheres da vida de Meddy, que se por um lado sentem saudades da presença próxima dos filhos, seguiram seu rumo após o divórcio e tocam seus próprios negócios com sucesso, sendo independentes financeiramente. 

Amo a minha mãe, mas também quero ter uma vida independente. Estremeço só de pensar nisso; parece muito uma traição.

Resumindo: um livro que combina com verão, férias, e para dar aquele descanso na mente entre leituras mais pesadas.


Disque T para titias
Dial A for Aunties
Jesse Q. Sutanto
Tradução: Luciana Dias e Maria Carmelita Dias
intrínseca
2022 - 347 páginas

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