segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Dez (quase) amores

Amei! E foi amor completo. Com direito a idealização, vivência e desconstrução do mito. O livro de estréia de Cláudia Tajes, “Dez (quase) amores”, trás em suas pouco mais de 100 páginas muito humor e irreverência. Narrando as aventuras – e desventuras – amorosas de Maria Ana, a autora consegue a simpatia dos leitores tanto pelas engraçadíssimas situações em que a personagem se encontra, como também pelo fato de estes enredos remeterem a pelo menos um capítulo da vida amorosa de qualquer mulher.


Os amores se passam em capítulos, um a um. Começa no namoradinho de infância e vai até o hilário mágico eslavo, que tem pouco de mágico e menos ainda de eslavo. Desfazendo todas as teorias que levariam qualquer mulher a crer que a protagonista de uma história de amor acabaria nos braços de um Don Juan, Tajes faz de Maria Ana uma mulher muito real. Tão real, que é impossível não ler o livro sem pensar que a autora está escrevendo algum tipo de biografia.


Página por página, é fácil ver as mulheres de carne, osso e cérebro se identificarem com o pavor de ter aparecido na televisão em seu pior ângulo, de encontrar aquele paquera no dia em que o cabelo não toma jeito, ou ainda, a frustração de não cumprir o juramento de nunca tomar para homem de sua vida alguém chamado Dejair.


Os processos? A primeira vista a identificação com o tema toma proporções de idolatria. Depois, a leitura leve pode deixar o leitor mais desconfiado com a impressão de que o livro é um pouco absurdo demais. Mas, como todo amor que se preze, ao final se percebe que a obra foi feita para se gostar assim mesmo, como a uma amiga: com simplicidade, sintonia, muita criatividade e um tremendo de um bom-humor.



4 comentários:

  1. Já li! Tenho na minha biblioteca! E é muito bom mesmo.

    O bom é que é um tipo de literatura não tão refinado, coloca-se muito próximo ao leitor, e é capaz de fazer com que mude de idéia quem se declara inimigo da leitura.

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  2. Fiquei com vontade de ler. Está aí, uma boa dica de leitura para as férias.

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  3. Gostei da dica de livro, anotei aqui (eu tenho uma listinha de livros indicados!)

    Abraço

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  4. Cláudia Tajes consegue narrar os fatos mais bizarros de uma forma irônica e divertida. Para quem ainda não leu, A Vida Sexual da Mulher Feia, da mesma autora, é garantia de risada certa.

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