O fim do mundo começou no sétimo dia. Quando Yahwed foi
descansar e deixou os humanos aos cuidados dos seus arcanjos. Mas na história
de Eduardo Spohr, não apenas Lúcifer inveja os homens, mas também os seus
irmãos, como o príncipe dos Anjos, Miguel.
Entre as tentativas de eliminar com a vida na terra, onde é
citado o dilúvio – aqui uma obra de Miguel e não do criador-, um pequeno grupo
de anjos guerreiros se revoltam contra as ordens, sob o comando do general
Ablon. Mas como os arcanjos são poderosos, eles se tornam renegados, expulsos
do céu e condenados a viver na terra.
No céu, a luta pelo poder faz com que Lúcifer entre em
batalha com Miguel, e Gabriel assuma a responsabilidade de proteger Cristo de
seus irmãos. Enquanto o diabo é expulso, os renegados são caçados na terra.
Entre fugas e andanças, Ablon, o general dos renegados, vê
seus seguidores morrerem e descobre o amor em uma humana, a feiticeira
necromante Shamira, que possui o dom de utilizar a energia dos mortos para permanecer
jovem durante vários séculos.
Mas ao final do sétimo dia é também a hora do apocalipse. E
neste momento, Ablon terá que realizar muitas escolhas e descobrir em quem irá
ou não confiar. Enquanto os anjos se preparam para a grande guerra dos arcanjos,
para saber com quem ficará o poder, Ablon escuta tanto do demônio quanto de
Gabriel propostas de aliança. Em paralelo, a terceira guerra mundial explodiu,
e Nova York já desapareceu.
A Batalha do Apocalipse é uma história fantástica bem
interessante. Tem a ironia de Deus estar dormindo enquanto a humanidade sofre
várias tentativas de aniquilação por parte do seu principal arcanjo. Uma nova
visão sobre o surgimento de Cristo, que me lembrou a ousadia de Dan Brown em O
Código da Vinci, mas pela diferença de escrita, não gera nenhum protesto entre
os mais religiosos. A filosofia sobre o nosso livre arbítrio, como uma
lembrança de que muitas vezes colocamos no destino a responsabilidade por algo
que foi de nossa própria escolha.
Por outro lado, considero exagero do José Louzeiro, que
escreve a sua opinião nas orelhas do livro, comparar a história com o estilo de
J.R.R. Tolkien, autor da trilogia Senhor dos Anéis. Pois em alguns momentos,
Spohr exagera no inverossímil, podendo deixar o leitor mais exigente um pouco
incomodado, atrapalhando assim o ritmo de leitura da história.
Enfim, uma história interessante, com mocinhos e bandidos,
amores e ciúmes, coragem, fé e redenção. Uma boa leitura para quem gosta de
história fantástica, anjos e sangue.
A Batalha do Apocalipse – Da queda dos anjos ao crepúsculo
do mundo
Eduardo SpohrEditora Versus
586 páginas
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