Sinopse: Eu era dotado de uma aparência horrorosamente deformada e repugnante, não possuía sequer a mesma natureza dos homens. Quando olhava ao redor, não via e nem ouvia falar de alguém como eu. Então, será que eu era um monstro, uma nódoa sobre a Terra, alguma coisa da qual todos os homens fugiam e a quem todos repudiavam? Não posso descrever a agonia que essas reflexões infligiram à minha pessoa.
Foi devido a uma brincadeira entre amigos sobre quem escrevia a melhor história de terror que Mary Shelley teve a ideia para o seu Frankenstein, publicado anos depois, se tornou um clássico da literatura.
Eu já havia ouvido falar no livro, mas a imagem que eu tinha era a repassada pelo cinema, embora admita que só tenha visto o personagem em animações consideradas infantis.
Às vezes, meu temperamento era agressivo e minhas paixões, calorosas.
Então qual não foi a minha surpresa ao descobrir que Frankenstein era o nome do criador, e não da criatura? E sim, mesmo sendo tão conhecido, a leitura do livro pode dar uma nova visão do leitor sobre a história.
Quem nos conta esta história é o jovem Walton, que tem a curiosidade de chegar em uma área até então nunca visitada (estamos em 17... sim, o ano certinho é desconhecido), e para chegar aos polos e desvendar os seus mistérios, ele embarca junto com a suta tripulação em um navio para realizar o seu sonho.
Os mestres antigos dessa ciência prometeram coisas impossíveis e nada realizaram.
Durante a sua expedição, ele irá recolher junto ao gelo um homem chamado Victor Frankenstein, adoentado, ele leva alguns dias para contar a sua história a quem lhe salvou e de quebra ao leitor.
Assim como Walton, o jovem Frankenstein possuía um sonho, e é durante a faculdade que ele coloca a sua curiosidade sobre filosofia e ciências naturais em prática. Seu projeto tinha como objetivo responder uma pergunta nada fácil: qual o princípio da vida?
Assim terminou aquele dia memorável, que decidiu o meu destino futuro.
Obcecado em descobrir a resposta, durante muitos meses ele se afasta da família, se dedicando a sua criação. Mas quando a sua criatura abre os olhos, ele é tomado de nojo e decepção com o monstro que criou. E assim o abandona, deixando a criatura sem nada e perdida no mundo.
Sozinha, a criatura tenta entender o seu lugar no mundo, mas encontra apenas a decepção, pois a recepção das pessoas fica muito longe de ser amigável, já que a sua estatura elevada e suas feições facilmente despertam o medo em quem o vê. O incrível é que ele é um ser muito inteligente, com capacidade de aprendizagem, além da sua grande velocidade e força física, tornando-o ao mesmo tempo único e monstruoso.
Para examinar as causas da vida, devemos primeiro recorrer à morte.
Uma outra curiosidade é que apesar do fato de Frankenstein ser uma espécie de cientista, ele referencia o destino inúmeras vezes, como se ele fosse uma marionete cujas escolhas não iriam interferir no destino final.
Frankenstein possui três narrados, as cartas do jovem Walton para a irmã que mora em Londres, e em primeira pessoa pelo criador e criatura. O que nos permite ter uma visão interna do que ocorre com os dois personagens principais e a visão de um terceiro, que é quem transcreve a história.
Eu gostei da história, mas confesso que em nenhum momento pulei da cadeira ou senti arrepios durante a leitura, me parecendo mais uma história sobre a psicologia e relacionamentos, escolhas e consequências, tanto do criador quanto de sua criatura. O que em muitos momentos me fez ter pena dos dois.
Frankenstein
Mary Shelley
Tradução Silvio Antunha
Editora Principis
1818 - 240 páginas
Nenhum comentário:
Postar um comentário