Sinopse: Lenni é uma adolescente de dezessete anos, dona de uma personalidade especial e de muito carisma. Pode-se dizer que é uma garota cheia de via... exceto que, segundo os médicos, ela está à beira da morte. Como um modo de preencher seus dias no hospital em que está internada e sozinha - e de cumprir uma aposta feita com o padre da capela -, Lenni começa a frequentar aulas de arte terapêutica. E é então que conhece Margot, uma senhora de oitenta e três anos, doce e de coração rebelde como o de Lenni. A conexão entre elas é intensa e imediata, e as duas percebem uma peculiaridade: juntas, têm um século de via! Para celebrar esses cem anos que compartilham, decide montar uma exposição de cem pinturas. Em cada uma, retratam uma memória importante dos anos que viveram. Histórias de paixão, juventude, amadurecimento, alegria, afeto, de quando se encontra em alguém o amor de sua vida. Histórias que merecem, sempre, ser compartilhadas.
No mês de agosto/21 recebi da minha assinatura da TAG Inéditos o livro de estreia da escritora inglesa Marianne Cronin Os cem anos de Lenni e Margot. De mimo veio um livro de colorir com trechos e desenhos que remetem o livro, além de uma caixinha com seus lápis de cores. Mas se junto viesse uma caixa de lenço, não teria sido demais.
Lenni é uma jovem de dezessete anos de mente e língua afiada, curiosa e inteligente, como toda adolescente se sente entediada ao ter que ficar muito tempo em um mesmo lugar. E no caso dela isso é rotineiro, pois ela mora no Hospital Princess Royal, na cidade de Glasgow na Escócia. É uma paciente da Ala May, onde ficam crianças e adolescentes com doenças limitantes da vida, mais popularmente chamadas de doenças terminais.
Quando as pessoas dizem "terminal", penso em aeroporto.
A jovem cansada de ficar na cama que se tornou seu lar resolve aproveitar uma obrigação prevista em lei para as pessoas que possuem crenças religiosas e assim passear até a capela do hospital, e assim ela conhece o Padre Arthur, um senhor que muitas vezes me pareceu quase um anjo que aparecia de tempos em tempos na história.
Da mesma forma ocorre com a Sala Rosa, local onde a arte é utilizada como meio terapêutico e logo chama a sua atenção. Os responsáveis até tentam deixa-la em uma turma de adolescentes cujo diagnóstico é bem mais simples que o de Lenni, mas como ocorria antes de sua internação, ela não consegue interagir com pessoas de sua idade. Diferentemente do que ocorre na turma da terceira idade, onde logo ela se sente à vontade e encontra Margot, que está internada por um problema cardíaco.
Dizem que quando alguém morre é porque Deus chamou a pessoa de volta para ele, então pensei em me apresentar logo de uma vez.
A conexão com esta jovem senhora de 83 anos é imediata, e conforme elas conversam, surge a ideia de somar suas idades e fazer uma exposição com desenhos que retratam situações que marcaram suas vidas. Se por um lado Margot desenha muito bem, por outro, Lenni registra tudo o que ocorre e que ela descobre em um caderno.
E é desta forma que o leitor irá conhecer aos poucos a história destas duas personagens e entende-las um pouco mais. Como o fato de Lenni não se conectar com pessoas de sua idade há muito tempo, não receber visitas de nenhum familiar - o que inclui seus pais -, questionar Deus e não se sentir pronta para morrer.
Em alguma parte do mundo lá fora estão as pessoas que nos emocionaram, que nos amaram ou que fugiram de nós.
Ou a intensidade de Margot, com seus amores, os anos de guerra e paz, sua avó paterna mesquinha, sua mãe tão forte e presente, suas fugas e procuras.
Narrado em primeira pessoa pelo que Lenni vive e escuta, Os cem anos de Lenni e Margot é uma leitura muito sensível, principalmente trazendo a memória das personagens os diferentes tipos de acontecimentos, dos mais comuns, passando pelos muitos felizes até aqueles que as fizeram cair, para depois se levantarem e seguirem suas caminhadas.
De qualquer modo, não sou boa em perdoar as pessoas porque acho difícil esquecer.
Não poderia deixar de falar dos personagens secundários, como o Padre Arthur que sempre respondeu de maneira muito sincera as perguntas de Lenni, por mais diferentes e provocativas que elas fossem. Da enfermeira nova que não tem o seu nome revelado na história, mas participa ativamente dos acontecimentos. Da moça que tem a ideia de criar a Sala Rosa e encontra perdas e ganhos nos corredores do hospital.
Eu gostei da história, seus diálogos são interessantes, existe uma ironia as vezes direta, as vezes sutil. Como que provocando o leitor a buscar as suas próprias imagens, o que ele desenharia para representar cada ano de sua própria vida, quais os símbolos pessoais que ela carrega.
E agora eu podia dizer com sinceridade que havia experimentado o bolo de meu centésimo aniversário.
Mas não achei o livro de todo leve, por ter a presença constante da morte, principalmente em uma menina tão jovem, com tantas possibilidades e escolhas a serem feitas. Para os mais sensíveis ele pode ser um pouco difícil em alguns momentos, ao mesmo tempo que instiga a dar mais valor em aproveitar este bem tão preciso chamado Vida.
Na edição da TAG Inéditos há ainda uma entrevista com a autora, com perguntas dos livros favoritos de Marianne Cronin até detalhes da própria Lenni e Margot, sendo um complemento pós leitura.
Os cem anos de Lenni e Margot
The One Hundred Years of Lenni and Margot
Marianne Cronin
Tradução: Flávia Souto Maior
TAG - Planeta
2020 - 351 páginas
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Gostei muito do livro, a história nos mostra que as amizades são importantes na nossa vida, independente da idade, e que existe a chance de uma amizade sincera entre as pessoas, bjs.
ResponderExcluirO livro parece muito interessante. Apesar da leitura ser triste pelo fato da Lenni ser uma paciente terminal, acredito que a amizade entre ela e a Margot ensine muita coisa aos leitores. Amei a resenha!
ResponderExcluiroi!
ResponderExcluirEu adorei o livro a história é fluida, simples e leve. Super recomendo é um livro maravilhoso.
Eu tô apaixonada com a resenha desse livro, que ainda não li mas me parece ser muito interessante. Já quero ler.
ResponderExcluirOie, tudo bem? As edições da Tag são tão lindas. Achei bem interessante a proposta da autora. Não conhecia o livro. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirTaí um livro que vou dar de presente, pra mim e para alguém que conheço e precisa ler sobre isso ... é muito bom. amei a indicação!
ResponderExcluirQue história bacana, já fui assinante da TAG a uns 2 anos atrás e realmente eles escolhem ótimos livros para os assinantes. Abraços
ResponderExcluirParece um leitura que traz bastante ensinamento em si, embora não seja meu perfil de leitura, o livro parece mais um drama. É desafiadr e emocionante ao mesmo tempo.
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