Sinopse: Uma fábula moderna e atemporal sobre o poder que a conexão entre pessoas e livros tem de transformar a realidade. Do alto de seus 72 anos, ainda é com bastante vigor e alegria que, todas as tardes, Carl Kollhoff sai para entregar os livros encomendados por seus clientes mais especiais. Tão fiel à tarefa quanto os ponteiros de um relógio, o livreiro da tradicional Ao Portão da Cidade percorre as pitorescas ruas da região e, como nas páginas de seus preciosos livros, observa o mundo real e seus habitantes também por uma ótica lúdica e imaginativa.
Foi em Setembro/2023, no mês em que completava quatro anos, que o Clube intrínsecos enviou a sua última caixinha. O livro escolhido para encerrar este projeto da editora intrínseca foi O Passeador de Livros do escritor alemão Carsten Henn. O mimo foi um outro livro da editora e a saudade que eu fiquei das belas edições.
Aos 71 anos Carl Kollhoff não se imagina longe do seu trabalho como vendedor de livros. Solteiro, possui a sua própria coleção em casa. Na livraria dá dica certeiras, treina funcionários e faz um serviço de entrega domiciliar para clientes que não desejam, por diferentes motivos, sair de casa.
Dizem que os livros encontram seus leitores, mas às vezes é preciso que alguém lhes indique o caminho.
Vivendo entre a ficção e a realidade, ele faz uma correlação entre as pessoas que encontra e personagens literários. Então ele faz suas entregas para o sr. Fitzwilliam Darcy e a Sra. Píppi Meialonga, compra suas maças da Rainha da Branca de Neve, aceita o chá do Hércules, e assim por diante. Se perguntarem os nomes reais, ele precisa de um tempinho para ligar os personagens as pessoas.
Mas sua vida começa a mudar com a internação do seu chefe, que é substituído por sua filha, uma mulher que tem ciúmes de Carl, e o aparecimento de Schascha, uma menina esperta, órfã de mãe, que lhe dá o apelido de Passeador de livros.
A escrita de Carsten Henn
Utilizando a narrativa em terceira pessoa, o escritor alemão Carsten Henn conta com muita delicadeza a relação de amor de um leitor e seus livros através da figura de Carl.
Com inúmeras referências literárias, O Passeador de Livros aborda também a questão do envelhecimento, da perda, do uso da literatura para fugir da solidão ou do próprio mundo, de relacionamentos abusivos, de mágoa e de como pequenos atos podem mudar tudo na vida de uma pessoa.
Sou como os ponteiros de um relógio. Parece triste, pois eles sempre percorrem o mesmo caminho e sempre retornam ao ponto de partida.
Pois como uma boa fábula, a jornada do herói Carl e de sua assistente Schascha narrada pelo autor Carsten Henn possui os seus obstáculos, mudanças de rumo, segredos e momentos a serem comemorados. O que faz com que a sua escrita seja leve ao mesmo tempo que instiga o leitor a saber mais sobre os personagens.
O que eu achei de O Passeador de Livros
O Passeador de Livros é o tipo de história que defino como bonitinho, sendo uma mistura de fábula e homenagem a literatura, tornando-o um bom candidato para aquela leitura tranquila de férias.
Com inúmeras referências literárias, que vão do nome dos capítulos, os apelidos dados aos moradores da cidade e os autores citados, é quase impossível não sair com um acréscimo na lista de leituras futuras com as indicações listadas.
Leio para o meu prazer egoísta, por amor às boas histórias, e não para compreender o mundo.
Sobre a história em si, achei triste a dependência do trabalho que Carl tem para dar sentido a sua vida. Assim como eu achei que a relação do Passeador com a filha do melhor amigo - e agora chefe - poderia ser melhor trabalhada. Pois ela claramente não o suporta. É só ciúmes e inveja? Ou existe algo mais?
Também achei que em alguns momentos o livro era um pouco arrastado, mas em compensação ele também é muito sensível, o que conquistou o meu coração, principalmente a Schascha, que me dava vontade de abraçar.
Não estava no clima para uma acompanhante lhe fazendo todo tipo de perguntas erradas - ou, pior ainda, de perguntas certas.
E naturalmente tudo ficou mais sensível por ser a caixa de despedida, pois ao finalizar a leitura, me vi despedindo deste clube de edições caprichadas, que me apresentaram livros que talvez eu não desse atenção ou nem visse ao rolar a página de um site ou em uma livraria.
Ficando a dica para quem gosta de histórias leves e sensíveis que podem aquecer o seu coração.
O Passeador de Livros
Der Buchspazierer
Carsten Henn
Tradução: Kristina Michahelles
intrínseca
2020 - 208 páginas
Esta resenha não é patrocinada, a assinatura do clube citado - que foi encerrado em setembro/2022 - era pago integralmente pela autora.
Agora fiquei interessada em ler O Passeador de Livros, tudo que eu preciso é de uma leitura tranquila. Sem falar na capa que é uma doçura...
ResponderExcluirAchei bem interessante sua resenha sobre o passeador de livros, já me deu até vontade de ler tb.
ResponderExcluirO passeador de livros me pareceu um livro gostosinho de ler sem pressa, para relaxar mesmo
ResponderExcluirE literatura para todos os gostos e as impressões sobre os livros. Até " literaturando" que aqui ficou como literatura que atura....e essa expressão não conhecia. Ótimo blog!
ResponderExcluirGostei do tema de O Passeador de Livros. Vou ler! Obrigada pela resenha.
ResponderExcluirAdorei a indicação e foquei apaixonada na capa do livro.
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