O que Brás Cubas e Íris podem ter em comum, assim como Bem Sanderson e Gwen Cummings? E que tal John Nash e Jerry Fletcher? Talvez Jack, Prot e Jack Torrance?
Talvez alguém responda: todos são personagens de filmes. Sim, está correto. Mas conforme os professores J. Landeira-Fernandez e Elie Cheniaux, eles são exemplos de diversos transtornos, como é registrado em seu livro Cinema e Loucura Conhecendo os Transtornos Mentas Através dos Filmes.
O título não mente, usando o comportamento de figuras como Telly (de Kids), Maggie (Em seu lugar), Raymond Babbitt (Rain Man), Scarlett O’Hara (E o vento levou) e Hannibal Lecter (O silêncio dos inocentes), é possível, mesmo para o leitor que não tem nenhuma formação em psicologia, compreenda melhor vários comportamentos e sintomas.
Apesar dos conceitos, a escrita é clara e cativante, eu, que sou leiga, não achei o livro em nenhum momento chato ou entediante. O único perigo é começar a enquadrar as pessoas dentro dos transtornos, o que pode ser uma brincadeira divertida ou até apavorante, conforme o diagnóstico.
Também é possível compreender o porquê do fascínio que algumas pessoas (sejam da ficção ou da vida real), mesmo possuindo caráter duvidoso, podem nos fazer acreditar nelas e muitas vezes torcer ou até mesmo ajudar.
Não fiz uma pesquisa para verificar como o livro foi recebido no meio da psiquiatria, mas para quem é de fora, a leitura pode trazer um conhecimento para quem gosta do assunto, ou se interessa por cinema ou simplesmente para leitores que buscam ler um pouco de tudo.
Cinema e Loucura Conhecendo os transtornos mentais através dos filmes
J. Landeira-Fernandez, Elie Cheniaux
Editora Artmed
2010 – 287 páginas
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