Alex é um
molodoi, que junto com os seus druguis, invade a casa de cidadãos honestos para
krastar, ubivatar e vinte-contra-um. Este bratchni, como todo glupi é nadmeni,
o que impede qualquer sentimento de pena quando ele se sente spugui.
No livro de
Anthony Burgess, eleito um dos cem melhores romances em língua inglesa do
século vinte pela Time, a primeira exigência que se faz ao leitor é que ele
comece a aprender a linguagem do narrador. Alex, o menino mau da história, fala
nadsat, gíria dos jovens violentos que agem sem dó nem piedade em um futuro tão
próximo, que muitas vezes parece ser o presente das nossas manchetes de jornal.
Pode-se
dizer que o livro é dividido em três partes: Alex violento, Alex presidiário,
Alex amadurecendo. Nas ruas, ele adora música clássica e violência. Cheio de
si, a pratica sem piedade, apenas pelo prazer. Na cadeia, em troca de uma
liberdade mais rápida, ele aceita ser cobaia de um experimento. A descrição do
procedimento de cura, para torna-lo um cidadão de bem, me lembrou de um
experimento da série Lost, onde um dos personagens ficava amarrado em uma
cadeira assistindo um vídeo, como o personagem do livro. Mas é o encontro com um antigo membro da sua
gangue que o faz rever os seus conceitos e chegar ao início de um
amadurecimento.
Narrado em
primeira pessoa, pelo próprio Alex, Burgess nos torna íntimo, mas não amigos,
do seu personagem. É ver a injustiça na visão do criminoso. A dor por quem a causa.
Um livro
atemporal, que nos faz prisioneiros na mente de Alex, nos tornando mais uma
vítima impotente de sua ultraviolência. Laranja Mecânica é simplesmente
horrorshow.
Laranja
Mecânica (A clockword orange)
Anthony
Burgess
Tradução:
Fábio Fernandes
Editora
Aleph
1962 – 199
páginas
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