quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Laranja Mecânica




Alex é um molodoi, que junto com os seus druguis, invade a casa de cidadãos honestos para krastar, ubivatar e vinte-contra-um. Este bratchni, como todo glupi é nadmeni, o que impede qualquer sentimento de pena quando ele se sente spugui.

No livro de Anthony Burgess, eleito um dos cem melhores romances em língua inglesa do século vinte pela Time, a primeira exigência que se faz ao leitor é que ele comece a aprender a linguagem do narrador. Alex, o menino mau da história, fala nadsat, gíria dos jovens violentos que agem sem dó nem piedade em um futuro tão próximo, que muitas vezes parece ser o presente das nossas manchetes de jornal.

Pode-se dizer que o livro é dividido em três partes: Alex violento, Alex presidiário, Alex amadurecendo. Nas ruas, ele adora música clássica e violência. Cheio de si, a pratica sem piedade, apenas pelo prazer. Na cadeia, em troca de uma liberdade mais rápida, ele aceita ser cobaia de um experimento. A descrição do procedimento de cura, para torna-lo um cidadão de bem, me lembrou de um experimento da série Lost, onde um dos personagens ficava amarrado em uma cadeira assistindo um vídeo, como o personagem do livro.  Mas é o encontro com um antigo membro da sua gangue que o faz rever os seus conceitos e chegar ao início de um amadurecimento.

Narrado em primeira pessoa, pelo próprio Alex, Burgess nos torna íntimo, mas não amigos, do seu personagem. É ver a injustiça na visão do criminoso. A dor por quem a causa.

Um livro atemporal, que nos faz prisioneiros na mente de Alex, nos tornando mais uma vítima impotente de sua ultraviolência. Laranja Mecânica é simplesmente horrorshow.

Laranja Mecânica (A clockword orange)
Anthony Burgess
Tradução: Fábio Fernandes
Editora Aleph
1962 – 199 páginas

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