sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Objetos Cortantes



Sinopse: Camille Preaker é repórter em Chigago e, a pedido de seu editor, Frank Curry, retorna a sua pequena cidade natal para investigar um mistério envolvendo a morte de uma menina e o desaparecimento de outra. Curry acredita se tratar de um caso de assassinatos em série que, com uma cobertura perspicaz, daria prestígio e destaque ao jornal. Hospedada na casa da família, Camille precisa reaprender a conviver com a mãe, o padrasto e a meia-irmã, além de lidar com as memórias difíceis de sua infância e adolescência que tanto quis esquecer.

Camille Preaker é uma jornalista medíocre, que trabalha em um jornal de menor expressão em Chicago e habita um local totalmente impessoal. Seu editor Frank Curry decide, por economia, envia-la para a sua cidade de origem Wind Gap no Missouri (hospedagem gratuita na casa da mamãe) e cobrir crimes envolvendo meninas, na esperança de um furo de reportagem alavancar as vendas.

Em uma cidade pequena os primeiros acusados são forasteiros. O testemunho de um menino cuja mãe luta contra um câncer é desacreditado. Em comum, duas meninas que fogem dos padrões comportamentais, são mortas sem sofrer violência sexual. A marca do assassino: arrancar todos os dentes de suas vítimas.

Eu não tinha animais de estimação com os quais me preocupar, nada de plantas para deixar com um vizinho.

No trajeto de ida de Camille o leitor já irá perceber que tudo o que ela não queria era retornar ao seu 'lar doce lar'. E neste momento fica claro que o livro está mais para um drama psicológico do que policial/suspense.

O título Objetos cortantes é a definição da própria personagem, que acaba de sair de uma clínica para tentar controlar o desejo de eternizar palavras em seu próprio corpo. Qualquer objeto afiado serve. E as palavras dizem muito sobre como ela se vê e o que deseja.

A casa estava perfeita, inclusive com as dezenas de tulipas cortadas em vasos no saguão de entrada.

Sua família é composta pela mãe, uma meia-irmã morta, uma meia-irmã adolescente e o padrasto. Ricos e fúteis, bem vistos e totalmente desequilibrados. Eles são o foco da história, as meninas apenas um espelho para Camille relembrar a sua própria infância e sair em busca de informações que justifiquem a falta de amor materno com a qual foi criada.

Primeiro livro que leio da autora Gillian Flynn, achei que a história tinha potencial, mas caiu no óbvio pela facilidade de saber quem é o assassino, nem mesmo as cenas de sexo conseguem dar tesão a história. No que se refere ao drama psicológico, não consegui criar uma conexão com a personagem, ela pipocava entre as páginas montando um quebra-cabeça de quarenta peças sem me conquistar.

Eu nunca pude ter nada só para mim. Elas não eram mais um segredo meu.

Não sei se a tradução brasileira ficou a desejar, visto que o livro é tão elogiado, ou se a forma foi para manter o estilo de escrita original, mas o fato é que não existe tensão. Os diálogos e as relações são superficiais, assim como as mortes. Não há expectativa, braços arrepiados, o desejo desesperado pela próxima página para saber mais.

Creio ter sido isso o que mais me chateou, a falta de impacto e empatia pelas personagens. Terminei a leitura na esperança de ser surpreendida, de um melhor uso de personagens como Adora. Mas obtive um desfecho rápido e até mesmo um tanto infantilizado.

Objetos Cortantes
Sharp Objects
Gillian Flynn
Tradução Alexandre Martins
Editora intrínseca
2006 – 254 páginas

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